Andrea Maria dos Santos, mãe de Alanni, não conformada com
uma herança deixada pelo pai para a neta, teria encomendado a morte da filha. O
executor escolhido foi justamente o homem com quem mantinha um relacionamento,
o pai de santo Josemi José de Santana Filho.
A trama começou a ser desvendada na tarde de segunda-feira,
17, quando o corpo de Alanni foi encontrado dentro de casa. A cena era de
extrema violência: a jovem estava amarrada, com inúmeras lesões e o rosto
desfigurado. A perícia confirmou a brutalidade do crime.
Um grande aparato policial, envolvendo a 19ª Delegacia de
Homicídios, Polícia Militar, Núcleo de Inteligência, IC e RASTRO do IITB,
trabalhou de forma integrada. O delegado chefe da Divisão de Homicídios, Dr.
Eric Costa, coordenou as operações que levaram às prisões em flagrante na manhã
desta terça-feira (18).
De acordo com a investigação, Josemi confessou o crime
detalhadamente. Ele revelou que no domingo, (16), por volta das 10h da manhã, foi
à casa de Alanni sob o pretexto de realizar um trabalho religioso. Horas
depois, já no período noturno, aproveitou-se de um momento de descuido da
jovem, que estava sentada, para amarrá-la e iniciar uma sessão de tortura.
O objetivo era forçar Alanni a transferir um valor em
dinheiro para a mãe via Pix. Diante da resistência da vítima, a tortura se
intensificou. Josemi utilizou uma pequena enxada para agredi-la, causando
ferimentos tão graves que arrancou um de seus olhos.
Enquanto a jovem ainda agonizava, o assassino desferiu
diversos golpes de uma faca-peixeira para assegurar sua morte. A entrada e
saída do local por parte de Josemi foram confirmadas por imagens de câmeras de
segurança, que ajudaram a consolidar a acusação.
Com a confissão as provas colhidas, ambos os envolvidos foram autuados por latrocínio (roubo seguido de morte). O caso, que mistura conflito familiar, interesse financeiro e violência ritualística, deixa a população pernambucana em estado de choque pela frieza dos crimes cometidos.

