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| Documento preliminar revela velocidade muito acima do permitido, ausência de cintos acessíveis e possível superlotação no veículo |
O documento descreve a dinâmica do acidente e
analisa as condições do veículo, mas não conclui as investigações. Ainda assim,
aponta elementos que ajudam a entender o que pode ter contribuído para a
tragédia.
Os peritos identificaram que o ônibus trafegava
a 90 km/h num trecho cuja velocidade máxima é de 50 km/h. O local é reconhecido
por curvas fechadas, declive acentuado e pouca iluminação, fatores que tornam a
direção mais arriscada.
A empresa responsável, de Brumado (BA), havia
fretado o veículo para transportar passageiros que foram realizar compras no
Moda Center em Santa Cruz do Capibaribe. A viagem de volta para a Bahia
acontecia pela BR-423 quando, por volta das 19h40, o motorista perdeu o
controle da direção.
Segundo a Secretaria de Defesa Social, havia
cerca de 40 pessoas a bordo, número maior que o informado no termo de
fretamento. A suspeita é de que alguns passageiros tenham embarcado durante o
trajeto.
Entre os pontos analisados pelos peritos, a
ausência de cintos de segurança acessíveis chamou atenção. O laudo aponta que a
falta de uso contribuiu diretamente para a gravidade dos ferimentos. Os
equipamentos não estariam visíveis ou facilmente localizáveis, dificultando
ainda mais sua utilização.
As equipes também descartaram falhas
mecânicas, problemas nos freios, má conservação do pavimento ou fatores
climáticos que pudessem ter provocado o acidente. O cenário descrito indica que
a condução em velocidade incompatível, aliada ao trecho perigoso, pode ter sido
determinante.
O relatório destaca ainda que não havia
sinalização vertical informando a velocidade permitida antes do ponto da
colisão. Apenas uma sinalização horizontal marcava os 50 km/h, porém
desgastada, e placas alertavam sobre a extensão do declive e a necessidade de
uso do freio motor.
De acordo com a PRF, o ônibus chegou a invadir
a contramão e bater em rochas às margens da rodovia. Após retornar ao sentido
correto, colidiu em um barranco de areia e tombou. Cinco passageiros foram
arremessados antes mesmo do veículo virar.
Dois motoristas se revezavam na viagem e
sobreviveram. O auxiliar relatou que dormia no momento do impacto e só percebeu
a dimensão do acidente ao acordar.
As investigações seguem para definir responsabilidades e esclarecer todos os fatores que levaram ao desastre.
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