quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Mais de 1.500 garrafas de Dreher, Vodka, Montilla e Pitú foram encontradas em fábrica clandestina no Agreste de Pernambuco

Operação desvendou rede criminosa que produzia conhaque e rum em galpões imundos, com risco de contaminação e explosões
Um laudo pericial acaba de revelar o componente mais assustador do esquema de falsificação de bebidas desmantelado pela Polícia Civil em Garanhuns: a presença de metanol. A substância tóxica, que pode levar à cegueira e até à morte, foi identificada nas amostras analisadas pelo Laboratório de Química Forense, no Recife.

A descoberta confirma os piores temores dos investigadores e dá uma nova dimensão de gravidade ao caso. A operação, que prendeu três homens no dia 6 de maio, já havia exposto condições de produção chocantes.

Dentro dos galpões nos bairros Aloísio Pinto e Viana Moura, os policiais encontraram uma operação que misturava crime e ameaça à saúde pública. O delegado Victor Hugo, que chefia as investigações, relatou que o local operava em situação precária de higiene, totalmente sem controle sanitário.

O risco de contaminação dos produtos era apenas uma das ameaças. Os peritos também identificaram um perigo iminente de incêndio devido à manipulação inadequada de tonéis de álcool e equipamentos artesanais.

A fachada da operação era convincente. Foram apreendidas cerca de 1.500 garrafas de marcas conhecidas, como Montilla e Dreher, todas com rótulos falsificados que as tornavam quase indistinguíveis das originais. O material era destinado ao comércio local e de cidades vizinhas, conforme apurou a polícia.

Os três homens presos foram autuados em flagrante pelos crimes de associação criminosa e falsificação de produtos destinados ao consumo. Eles já se encontram no sistema prisional.

Com a confirmação da toxicidade das bebidas, as investigações ganham urgência para rastrear lotes que possam ter sido distribuídos e identificar todos os envolvidos na rede de produção e comercialização.