A Justiça Federal determinou que o título de
capitalização Pernambuco dá Sorte reembolse os consumidores prejudicados com o
cancelamento do sorteio que seria realizado em 16 de novembro do ano passado. O
concurso foi cancelado depois que a empresa começou a ser investigada pela
Polícia Federal por denúncias de fraude e lavagem de dinheiro.
Além dos pernambucanos, devem ser ressarcidos os
prejudicados nos estados de Alagoas, Piauí, Amazonas e Pará.Todos os que
compraram o talão do concurso devem receber o dinheiro investido de volta a
partir de 26 de fevereiro.
Em Pernambuco, o dinheiro deve ser ressarcido até 6
de março na sede da empresa, localizada no número 2.636 da Avenida Caxangá, no
bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Apenas em Alagoas, o prazo para
recebimento do dinheiro é diferente, começa em 24 de fevereiro e vai até 7 de março.
Para ter o dinheiro de volta, os consumidores
lesados só precisam levar documento oficial com foto e o exemplar do bilhete
adquirido devidamente selado.
O sorteio de 16 de novembro foi cancelado depois
que a Justiça Federal determinou a interrupção das atividades da empresa
Pernambuco dá Sorte, um dos alvos da Operação Trevo, da Polícia Federal. A
interrupção das atividades foi anunciada depois de iniciadas as vendas dos
selos do sorteio dominical.
Em nota enviada ao G1, o Grupo Promobem
Pernambuco informou que "vai realizar o reembolso dos consumidores
que adquiriram o título de capitalização Pernambuco Dá Sorte, sorteio da edição
262, que aconteceria no dia 16 de novembro de 2014. A decisão liberatória da
justiça ocorreu após pedido do próprio grupo mediante requerimentos solicitando
o desbloqueio de contas bancárias para pagamento do reembolso, além de verbas
de natureza trabalhista e impostos.
O ressarcimento será realizado seguindo os
parâmetros fixados pela Justiça Federal e ocorrerá entre os dias 23 de
fevereiro e 06 de março na central de atendimento do grupo, localizado na
Avenida Caxangá, n. 2636, no bairro do Cordeiro, dentro do horário comercial.
Os consumidores devem comparecer ao local portando documento com foto e o
certificado do título de capitalização, edição 262, devidamente selado. A mesma
medida foi tomada em todos os estados onde o grupo operava".
Lembre o caso
A Operação Trevo investigou três organizações
criminosas acusadas de agir em 13 estados em um esquema de fraudes e lavagem de
dinheiro por meio de jogos do bicho, exploração de máquinas caça-níqueis e
comercialização irregular de títulos de capitalização.
De acordo com a Polícia Federal, só na primeira
fase operação em Pernambuco, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva,
dos quais um suspeito foi solto por determinação da Justiça; quatro
mandados de prisão temporária, e todos foram soltos por decisão judicial; 29
mandados de busca e apreensão; apreensão de R$ 2 milhões, US$ 360 mil,
sequestro de valores financeiros em conta bancárias na ordem de R$ 130 milhões,
e sequestro de 19 veículos de luxo e dos imóveis em nome dos investigados.
A Polícia Federal explicou que os valores
arrecadados em loterias estaduais eram repassados a entidades filantrópicas de
fachada, de modo que o dinheiro ilícito voltasse ao grupo. Estima-se que as
ações criminosas tenham movimentado mais de R$ 1 bilhão em todo o País. Além de
Pernambuco, há investigações em andamento no Rio Grande do Sul, Alagoas,
Amazonas, Goiás, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba, Espírito Santo,
Pará, Piauí e Minas Gerais.
Do
Estação Notícias Fonte: G1