O
ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou
em delação premiada que o ex-deputado federal pelo PP Pedro Corrêa (PE),
condenado no processo do mensalão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro,
recebeu, de uma só vez, R$ 5,3 milhões em propina pelo esquema de corrupção na
Petrobrás. O dinheiro, segundo Costa, foi repassado ao
ex-deputado no primeiro semestre de 2010 e seria destinado para abastecer a
campanha eleitoral de Pedro Corrêa naquele ano.
Paulo Roberto Costa disse à Polícia Federal que a
quantia milionária paga a Corrêa tratava-se de um "repasse extraordinário
pois não era comum que um único parlamentar do PP recebesse uma quantia dessa
monta do caixa de propinas do PP."
O advogado do ex-deputado, Clóvis Corrêa, disse ao
Jornal Nacional que desconhece o recebimento de qualquer quantia em
dinheiro para o financiamento de campanha de seu cliente.
O delator afirmou ainda que o ex-deputado tinha
"bastante amizade" com o também ex-deputado pelo PP José Janene, já
falecido. Janene é apontado como um dos pivôs do esquema de corrupção na
estatal. Segundo Paulo Roberto Costa, era Janene quem operava a fatia da
propina que cabia ao PP.
De acordo com Costa, Pedro Corrêa recebia
"parte dos repasses periódicos destinados ao PP e oriundos das propinas
pagas nos contratos firmados no âmbito da Diretoria de Abastecimento".
O Partido Progressista (PP) afirmou que só irá se
posicionar após tomar conhecimento oficial sobre os depoimentos. O partido
declarou apenas que está à disposição das autoridades para colaborar com
as investigações.
Pedro Corrêa cumpre pena no presídio em Canhotinho-PE |
Propina para o PP
Segundo depoimento de Paulo Roberto Costa, a
legenda ficava com um terço do valor dos contratos fechados pela diretoria de
Refino e Abastecimento, que ele comandava. Os outros dois terços, relatou o
ex-dirigente, eram repassados ao PT. Após a morte de Janene, Youssef passou a
operar a propina do PP, informou Costa.
Da cota do PP, detalhou o ex-diretor, 60% eram
repassados para a direção do partido, 20% eram usados para emitir notas fiscais
e outros 20% eram divididos entre ele e Janene.
"Eu recebia em espécie, no shopping ou no
escritório, depois que eu abri a consultoria", disse Costa à Justiça
Federal.
O Partido dos Trabalhadores (PT) declarou que todas
as doações recebidas pelo partido são feitas na forma da lei e declaradas à
Justiça.
Do
Estação Notícias Fonte: G1