sábado, 8 de novembro de 2025

Bando que tentou assaltar carro-forte usou grupo de mensagens para planejar o crime em Campina Grande

Polícia Civil revela que os criminosos, incluindo um policial militar, organizaram toda a ação por aplicativo, trocaram fotos de armas e combinaram rotas de fuga; operação terminou com 11 presos e um morto.
As investigações sobre a tentativa de assalto a um carro-forte em Campina Grande revelaram um enredo ousado e detalhadamente articulado. Segundo a Polícia Civil, o grupo criminoso responsável pelo ataque, que terminou com a morte de um vigilante, usou um aplicativo de mensagens para planejar cada etapa da ação.

As conversas, obtidas pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), mostraram que os integrantes trocavam fotos de armas e discutiam estratégias, como horários, posições e rotas de fuga. Pouco antes da investida, eles teriam se reunido pessoalmente para alinhar os últimos detalhes.

O esquema era dividido por funções: alguns atuavam como olheiros, monitorando o deslocamento do carro-forte, enquanto outros eram responsáveis por conduzir e abandonar os veículos usados na fuga. A polícia afirma que cada participante tinha papel definido e que as mensagens encontradas comprovam o envolvimento direto de todos os integrantes.

Entre os presos, está um policial militar do Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) de Campina Grande, apontado como peça-chave na ação. Segundo a investigação, o carro usado na fuga foi deixado na casa dele, e o agente teria orientado o grupo a esperar antes de abandonar o veículo, para despistar as buscas. O PM, com 23 anos de serviço, foi preso na manhã desta sexta-feira (7), submetido a exame de corpo de delito e afastado das funções enquanto responde a um procedimento interno.

A Operação Alavantu, deflagrada pela Polícia Civil da Paraíba, resultou em 11 prisões e na morte de um dos meliantes, que reagiu à chegada dos policiais. Ele ainda foi socorrido ao Hospital de Trauma de Campina Grande, mas não resistiu aos ferimentos.

A Polícia Civil classificou o grupo como altamente organizado e violento, destacando que o uso de aplicativos para o planejamento demonstra uma nova dinâmica nas ações criminosas de facções especializadas em ataques a carros-fortes.