sábado, 4 de outubro de 2025

Pernambuco tem mais dois casos suspeitos e soma sete registros em investigação, com três mortes por intoxicação por metanol

Novas notificações são de uma moradora de São Paulo que tem 26 anos e está internada em Ipojuca e de um homem de 30 anos que mora em Gravatá e está hospitalizado em Caruaru 
O número de casos suspeitos de intoxicação por metanol em Pernambuco continua crescendo e já soma sete notificações em investigação, três delas com desfecho fatal. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou, em boletim divulgado nesta sexta-feira (3), duas novas internações: uma mulher de 26 anos, moradora de São Paulo, hospitalizada em Ipojuca após beber gin, e um homem de 30 anos de Gravatá, que está internado em Caruaru depois de ingerir bebida alcoólica destilada não especificada.

Os sintomas relatados são graves. A jovem apresenta diarreia, falta de ar, vertigem, azia, dormência nas mãos e pés, além de formigamento na boca. Já o homem sofre com dificuldades para enxergar, um dos sinais mais perigosos do envenenamento por metanol.

Para tentar conter a escalada dos casos, Pernambuco recebeu nesta sexta (3) ampolas de etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento da intoxicação. O medicamento será aplicado em unidades de referência como o Hospital da Restauração, no Recife, e o Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru.

Vítimas e investigações em curso

Entre os sete casos investigados, estão três mortes confirmadas. A mais recente foi a de Ronaldo de Lima Melo, de 30 anos, morador de João Alfredo, que não resistiu após internação em 26 de setembro. Antes dele, Celso da Silva, de 43 anos, faleceu em 9 de setembro em Lajedo. Outro caso fatal é de Jonas da Silva Filho, também de Lajedo, que morreu em 29 de agosto, antes mesmo de ser transferido para atendimento especializado.

As investigações apontam que três vítimas de Lajedo consumiram uísque de garrafas compradas em um caminhão em Belo Jardim. Suspeita-se que o produto estava adulterado com metanol. Amostras foram entregues à Polícia Civil e seguem em perícia, mas não há prazo para a conclusão dos laudos.

Garrafas de uísques foram compradas em um caminhão em Belo Jardim (Foto: Ilustração)

Ações de fiscalização e alerta à população

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) intensificou as operações de fiscalização em parceria com o Procon, Ministério Público e Ministério da Agricultura. O objetivo é rastrear bebidas suspeitas, coibir a venda de produtos adulterados e orientar comerciantes e consumidores.

O governo reforça que a população deve estar atenta a sinais de adulteração: desconfiança de preços muito abaixo do mercado, ausência de informações no rótulo, lacres violados ou falta de registro oficial do Ministério da Agricultura.

Autoridades orientam que apenas bebidas adquiridas em estabelecimentos licenciados devem ser consumidas. Casos de suspeita de envenenamento podem ser reportados ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox-PE), que funciona 24 horas pelo número 0800 722 6001.

O avanço dos casos coloca Pernambuco em estado de alerta. Enquanto laudos não confirmam a origem da contaminação, cresce a preocupação sobre quantas garrafas adulteradas ainda podem estar em circulação no estado.