sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Jovem que encomendou morte do pai pediu que executores não atirassem no rosto da vítima para ‘velório ser de caixão aberto’, diz delegado

Inquérito foi concluído após prisão de cinco suspeitos de planejar e executar o crime
O assassinato do caminhoneiro Ayres Botrel, de 60 anos, teve como mandante a própria filha, Amanda Botrel. O inquérito da Polícia Civil revelou detalhes que tornam o caso ainda mais perturbador: ao encomendar a morte, a jovem pediu que os executores evitassem tiros no rosto da vítima, para que o corpo pudesse ser velado em caixão aberto.

Ayres foi morto na noite de 20 de junho, enquanto dormia em sua casa na praia de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Homens armados invadiram a residência e executaram o plano, que, segundo a investigação, foi idealizado pela filha em parceria com um amigo de infância, Daniel, preso por tráfico de drogas.

Amanda chegou a ser presa seis dias depois, quando entrou em contradição durante os depoimentos. As câmeras de segurança da área mostraram que apenas o carro dela havia entrado na residência antes do crime, reforçando a suspeita de que teria levado os assassinos até o local.

De acordo com o delegado Rodrigo Bello, Amanda ofereceu R$ 50 mil e um apartamento em troca da execução. Além disso, ajudou a planejar cada detalhe, indicando pontos cegos das câmeras de segurança e pedindo que o carro usado na fuga não fosse incendiado.

O inquérito apontou a participação de seis pessoas: Amanda, Daniel, outro homem que intermediou o contato com os criminosos e três executores. Dois já estavam presos e foram transferidos para outras unidades prisionais. Os demais foram capturados recentemente, inclusive um no Rio Grande do Norte.

A investigação também revelou que Daniel tentou distorcer os fatos, alegando que Amanda teria sido abusada pelo pai, o que foi descartado pela polícia. Para o delegado, o crime foi motivado pelo interesse da jovem no patrimônio do caminhoneiro, avaliado em cerca de R$ 2 milhões.

Com o inquérito concluído, Amanda e os cinco cúmplices responderão por homicídio qualificado e associação criminosa. O caso agora segue para julgamento no Tribunal do Júri da Vara Regional do Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.