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| Suspeito de 22 anos teria lucrado com crimes virtuais e usado “desafios” online para atrair vítimas; outro homem também foi detido |
As intimidações surgiram logo depois de o influenciador
publicar, no início de agosto, um vídeo-denúncia sobre a circulação de
conteúdos abusivos envolvendo menores nas redes sociais. As mensagens enviadas
por e-mail não só o ameaçavam de morte, como também tentavam associar
falsamente o youtuber a crimes de pedofilia.
Segundo o delegado Guilherme Caselli, da Polícia Civil de
São Paulo, Cayo Lucas lucrava com a venda de acessos a informações sigilosas
obtidas de forma ilegal, inclusive dados de sistemas da Justiça e de
secretarias de segurança de vários estados. Há ainda indícios de que o jovem
participava de grupos virtuais em plataformas como o Discord, usados para
lançar “desafios” que serviam de isca para a exploração sexual de menores.
No momento da operação, outro homem foi preso. Paulo
Vinícius foi flagrado acessando sistemas restritos da Secretaria de Defesa
Social de Pernambuco. Ele não é apontado como autor direto das ameaças, mas as
investigações mostram que dividia equipamentos e compartilhava informações com
o principal suspeito. Conversas em aplicativos e pesquisas sobre Felca estavam
abertas em um dos computadores apreendidos.
De acordo com os delegados responsáveis, os dois não atuavam
como hackers sofisticados, mas como “oportunistas digitais”, adquirindo falhas
e credenciais já disponíveis em bancos de dados ilegais para revender acessos e
lucrar com invasões.
A prisão ocorreu após buscas iniciais em Gravatá, no
Agreste, cidade onde Cayo vivia antes de se mudar para Olinda. Ambos foram
autuados pelo crime de invasão de dispositivo informático, previsto no artigo
154-A do Código Penal, que prevê pena de até cinco anos. A Polícia Civil de São
Paulo já pediu a transferência de Cayo Lucas para um presídio do estado, onde
também deve responder pelos crimes de ameaça e associação criminosa.
