sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Operação desmantela rede criminosa que lucrava com fraudes milionárias no seguro DPVAT

Policial, médicos e fisioterapeutas estão entre os 19 presos em ação que atingiu três estados e expôs esquema sofisticado de falsificação de documentos
Uma investigação que começou de forma silenciosa, há mais de três anos, resultou na prisão de 19 pessoas envolvidas em um esquema de fraudes contra o seguro DPVAT. A operação, batizada de Sinistro, revelou um esquema complexo que unia servidores públicos, médicos, fisioterapeutas e intermediários para falsificar documentos e obter indenizações indevidas.

Entre os presos estão um policial civil, profissionais de saúde e pessoas ligadas a empresas que se apresentavam como “especialistas” em auxiliar vítimas de acidentes. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos criavam boletins de ocorrência, laudos médicos e recibos falsos para simular lesões inexistentes ou agravar situações reais, sempre com o objetivo de receber os valores pagos pelo seguro obrigatório.

A investigação apontou que o grupo atuava em Pernambuco, Paraíba e São Paulo, operando a partir de um sistema bem estruturado: intermediários recrutavam vítimas, reais ou fictícias, providenciavam a documentação fraudulenta e protocolavam pedidos de indenização. Em troca, ficavam com parte do valor pago pela seguradora.

O trabalho da polícia envolveu análise de documentos, interceptação de conversas, apuração de movimentações bancárias e depoimentos de supostas vítimas. As provas indicam que a fraude era recorrente e contava com participação de profissionais que, em tese, deveriam zelar pela legalidade e pelo bem-estar dos pacientes.

Os mandados, expedidos pela Vara Única da Comarca de Glória do Goitá, foram cumpridos em 13 cidades: Recife, Arcoverde, Belo Jardim, Brejo da Madre de Deus, Cachoeirinha, Carpina, Gravatá, Limoeiro, Paudalho, Riacho das Almas, Santa Cruz do Capibaribe, Santos (SP) e Cabedelo (PB).

Um detalhe que chamou atenção é a presença de um político com mandato eletivo entre os investigados, embora seu nome e cargo não tenham sido divulgados. O caso segue em investigação, e novas prisões não estão descartadas.