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Espécie ameaçada foi encontrada escondida em caixa d’água; fiscalização apontou indícios de outros animais já capturados |
A ação ocorreu na última segunda-feira (18), após uma
denúncia anônima. Ao vistoriar o local, os fiscais encontraram não apenas o
animal vivo, mas também quatro puãs — as patas com pinças —, sinal de que pelo
menos outros dois exemplares já haviam sido capturados anteriormente.
O caranguejo-amarelo, de nome científico Johngarthia
lagostoma, é considerado uma preciosidade biológica. Ele só existe em quatro
regiões do mundo: Fernando de Noronha, Atol das Rocas e Trindade, no Brasil,
além da Ilha de Ascensão, no Atlântico Sul. Apesar do nome, pode aparecer em
tons que vão do amarelo intenso ao roxo, preto ou avermelhado.
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Também foram encontradas patas dos animais |
A captura e a manutenção da espécie são proibidas pela Lei
de Crimes Ambientais, já que o animal integra a Lista Nacional da Fauna
Ameaçada de Extinção, na categoria “Em Perigo”. Pelo decreto federal que
regulamenta as sanções, a multa mínima é de R$ 5 mil por indivíduo. Como a
infração aconteceu dentro da Área de Proteção Ambiental de Noronha, o valor foi
dobrado, resultando em R$ 10 mil por cada animal envolvido. O cálculo final
chegou a R$ 30 mil.
O caso reacende o alerta sobre os riscos da exploração da
fauna no arquipélago, que abriga espécies únicas e extremamente vulneráveis. Em
junho, um turista já havia sido autuado por perturbar uma tartaruga marinha,
reforçando a vigilância constante necessária em uma das áreas de preservação
mais rigorosas do país.