O Governo de Pernambuco solicitou apoio do governo federal em três frentes principais após o decreto dos Estados Unidos oficializando o tarifaço ao Brasil. A gestão estadual afirmou que a medida do presidente estadunidense Donald Trump "gera instabilidade" e "pode afetar relações comerciais com Pernambuco".
"A prioridade máxima do Governo de Pernambuco é proteger os milhares de empregos que dependem do dinamismo da economia do estado, atuando ao lado do setor produtivo", afirma comunicado publicado nesta quinta-feira (31).
As frentes em que o governo estadual solicitou apoio ao federal são:
* Disponibilização, via Banco do Nordeste do Brasil (BNB), de linhas emergenciais de crédito para setores diretamente afetados, com condições especiais de carência, prazos e taxas;
* Adoção de medidas compensatórias, como o incentivo à diversificação de mercados internacionais, a facilitação de acesso a países parceiros e políticas de apoio à exportação;
* Proteção e promoção dos interesses dos setores produtivos do Nordeste brasileiro na interlocução com os Estados Unidos.
Pernambuco pode ter um prejuízo da ordem de R$ 377 milhões com o tarifaço, segundo projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O documento assinado por Donald Trump foi oficialmente divulgado nessa quarta-feira (30). Café, frutas e carnes estão entre os principais produtos taxados, embora quase 700 tenham ficado de fora, como minérios de ferro, suco de laranja e celulose.
O governo estadual ainda ressalta que, desde o primeiro momento, tem acompanhado a situação e vem dialogando com os setores produtivos afetados junto à Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe).
"O Governo de Pernambuco não medirá esforços para assegurar que os interesses de Pernambuco sejam defendidos", completa o governo.
Raquel vai à Brasília
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, tem presença confirmada em reunião com todos os governadores do Nordeste, em Brasília, na próxima terça-feira (5).
Os chefes dos Executivos estaduais da região têm encontro marcado com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para tratar do tema.
O Consórcio Nordeste cita que as tarifas do governo Trump atingem diretamente diversas cadeias produtivas da região, como fruticultura, apicultura, setor têxtil, calçadista, metalmecânico e indústria automotiva.