Um turista chinês, que não teve o nome divulgado, foi
multado em R$ 10 mil, nesta terça-feira (22), por capturar uma ave ameaçada de
extinção em Fernando de Noronha. A infração foi constatada pelo Instituto
Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), que também divulgou a foto do
visitante borrada - sem a sua identificação.
A ave é um rabo-de-junco-de-bico-amarelo (Phaethon lepturus)
, símbolo do Parque Nacional Marinho. Capturar o animal é considerada uma
infração ambiental grave.
O caso aconteceu no domingo (20), na Praia do Cachorro.
Pessoas que estavam no local denunciaram o crime, e a Polícia Militar identificou
o turista. O ICMBio também foi acionado e assumiu a ocorrência.
Segundo a coordenadora do ICMBio em Noronha, Edineia
Correia, o homem estava com a família e só se comunicava em mandarim.
“Conversamos com o filho, que contou que o pai gosta muito
de animais e queria mostrar a ave para a família”, disse Edineia.
Os fiscais suspeitam que o turista tenha tirado o animal
diretamente do ninho. Edineia Correia afirmou que a vegetação presa à ave
indica que ela estava em um ninho. A coordenadora avalia que seria muito
difícil capturar esse tipo de pássaro em voo.
O rabo-de-junco-de-bico-amarelo foi devolvido ao habitat
natural e acompanhado até conseguir voar novamente.
A multa foi formalizada na manhã desta terça-feira (22), na
sede do ICMBio. Segundo a legislação ambiental, a multa por capturar animal
ameaçado de extinção é de R$ 5 mil. Como o caso ocorreu em uma Unidade de
Conservação, o valor foi dobrado, chegando a R$ 10 mil.
O ICMBio informou que, além da infração administrativa, a
conduta também é considerada crime ambiental. O Ministério Público Federal será
acionado para avaliar o caso judicialmente.
A coordenadora do projeto Aves de Noronha, Cecília Licarião,
comentou o caso. “O turismo atrai pessoas do mundo todo, mas é importante
orientar visitantes sobre comportamentos que são comuns em outros países, mas
proibidos no Brasil. O visitante precisa entender que há regras a serem
respeitadas. Acho que, além da multa, ele deveria contribuir com projetos de
conservação”, disse.