Bebê foi encontrada abandonada, desnutrida, em cama suja e coberta de moscas durante operação policial

Policiais interrompem missão para salvar recém-nascida abandonada em condições desumanas; criança foi deixada pela própria mãe antes da chegada da equipe

Uma cena que causou revolta e comoção entre os policiais. Durante uma operação realizada na quinta-feira (17) para prender suspeitos de crimes patrimoniais em Lajedo, no Agreste de Pernambuco, os agentes se depararam com algo muito além do esperado: uma bebê de poucos meses, extremamente debilitada, desnutrida e coberta de moscas, foi encontrada sozinha sobre uma cama imunda, em um ambiente completamente insalubre.

O resgate aconteceu durante a Operação “Reset”, coordenada pela Polícia Civil com foco no combate a furtos, arrombamentos e estupro de vulnerável. Na primeira fase da ação, os policiais prenderam o pai da criança, acusado de envolvimento em uma série de crimes na região. Ainda no imóvel, a irmã da bebê, uma menina de apenas dois anos, foi localizada e imediatamente acolhida pelo Conselho Tutelar.

Horas depois, ao retornarem ao local em busca de mais provas, os policiais se depararam com uma nova e ainda mais chocante realidade. A mãe das crianças teria ido até a casa e deixado a bebê abandonada na cama, fugindo antes da chegada da equipe. Foi nesse momento que os agentes encontraram a recém-nascida em total estado de abandono.

Diante da gravidade da situação, a operação foi temporariamente interrompida. A prioridade se tornou salvar a vida da pequena vítima. A criança foi encaminhada às pressas para atendimento médico e, posteriormente, entregue ao Conselho Tutelar, que a levou para um abrigo provisório.

Mesmo em uma missão que já envolvia crimes graves, esse episódio foi considerado pelos agentes como um dos momentos mais impactantes da ação. O comissário Vênancio Gomes, que participou do resgate descreveu a cena como uma das mais difíceis da sua carreira.

A Operação Reset foi conduzida pela 138ª Circunscrição Policial de Garanhuns, com apoio das delegacias de Ibirajuba e Jupi. Ao todo, quatro pessoas foram presas. Até o momento, a Polícia Civil não encontrou indícios de violência sexual contra as crianças, mas as investigações seguem em andamento, sem descartar nenhuma hipótese.

Uma ação que começou com o objetivo de prender criminosos terminou com o salvamento de uma vida e com a revelação de uma realidade assustadora que chocou até os mais experientes agentes da lei.