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A primeira beneficiada com a medicação em Pernambuco é uma menina de seis meses, residente em São Caetano, Agreste do estado |
Em março, o Ministério da Saúde (MS) incorporou esta
terapia gênica para realização de um tratamento inovador em crianças com
Atrofia Muscular Espinhal (AME) tipo 1 de maneira completamente gratuita. A
ação foi fruto de Acordo de Compartilhamento de Risco baseado em
desempenho firmado entre a pasta e a empresa fabricante, a Novartis.
A realização do procedimento, pioneiro no âmbito da saúde
pública, tornou-se viável por meio do convênio estabelecido pela Secretaria
Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), que qualificou o Serviço de
Referência em Doenças Raras (Rarus) para a execução de diagnósticos
especializados e a oferta de tratamentos multiprofissionais destinados a
crianças acometidas por essas condições.
O Zolgensma é uma terapia gênica considerada a mais avançada no tratamento da AME tipo 1, a forma mais grave da patologia.
Administrado em dose única, o medicamento tem potencial de
modificar o curso da doença, promovendo ganhos importantes no desenvolvimento
motor e respiratório de crianças diagnosticadas precocemente.
A sua administração é indicada para pacientes de até seis
meses que não estejam em ventilação mecânica invasiva acima de 16 horas por
dia.
Aline da Silva Santos, mãe da bebê, expressa profunda
gratidão à equipe do Rarus pelo acolhimento e cuidado desde o início. Ela
relata que receber o diagnóstico foi emocionalmente muito difícil, mas que, com
fé e perseverança, tem enfrentado cada etapa do tratamento para acompanhar a
evolução da filha.
"Minha esperança é ver o que faz toma mãe sonhar: minha
filha andando, correndo, brincando, falando, comendo pela boca, respirando
normalmente - coisas que a doença impede. Esse é o meu desejo. Minha filha já é
um milagre, e eu creio que ela vai conseguir tudo isso. E digo para outras
mães: não deixem de ter força e fé", conta Aline, emocionada.
“Esse tratamento significa um avanço na oferta de terapias de alta complexidade por meio do SUS, que, de forma inédita, garante o acesso gratuito a um medicamento com um custo tão elevado e baseado em bons resultados. Mais do que um marco científico, essa conquista representa esperança para outras famílias que enfrentam o mesmo diagnóstico”, defendeu estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti.