Segundo André Tavares, engenheiro eletricista do Laboratório
Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, esses
fenômenos ocorrem pela presença de falhas geológicas que estão sendo ativadas
ou movimentadas na região, o que pode ter ocasionado os tremores de terra.
Mesmo que o último tremor registrado em Caruaru tenha
mostrado uma gravidade relativamente baixa de 1.9mR, o especialista aponta um
possível risco para novos abalos sísmicos e com proporções maiores. “Sabe-se
que regiões próximas a falhas são mais suscetíveis a terem a ocorrência de
tremores. Então pode sim ocorrer um de magnitude maior ou nunca mais ocorrer
tremor, não se pode afirmar nada com certeza.” explicou.
“Os tremores de terra, ao contrário de chuvas e alguns
outros fenômenos, não podem ser previstos, nem quando, nem onde e nem sua
magnitude.” acrescenta André Tavares.
Esse é o segundo fenômeno sísmico que ocorre em Caruaru em
intervalo de 14 dias. O primeiro foi registrado em 6 de maio, com magnitude de
2.0mR.
Outros dois abalos que aconteceram em Pernambuco foram nas
cidades de Paudalho no dia 6 de maio, com magnitude 2.1mR, e em São Joaquim do
Monte PE, em 8 de maio, e 2.1mR de intensidade.
Abalos Sísmicos são fenômenos naturais da propagação de
ondas mecânicas originadas no interior da Terra em regiões de fraturas ou
falhas ou na borda das placas tectônicas.
O Engenheiro ainda destaca que, no Brasil, os abalos são
decorrentes de reativação ou movimentação de falhas já existentes. “Nessas
falhas há muita pressão ou energia acumulada, quando essas falhas não conseguem
reter mais essa energia, há um deslocamento e/ou crescimento da falha e
consequente liberação de energia sob forma de ondas mecânicas que ao chegarem na
superfície, geram os tremores de terra.”