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O condutor da ambulância que virou “ônibus clandestino” foi flagrado em uma blitz com taxa de álcool três vezes acima do limite |
O teste do etilômetro aplicado pelos agentes do Comando de
Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) acusou a presença de 1.03 mg/L de
álcool no ar alveolar do condutor - índice que supera em mais de três vezes o
limite legal de 0,34 mg/L estabelecido pelo Código de Trânsito Brasileiro.
"Além do risco óbvio de dirigir alcoolizado, o motorista transformou um
veículo de salvamento em transporte irregular, colocando em perigo a vida de
todos os ocupantes", denunciou o Major César Fagundes, que coordenou a
ação.
A investigação revelou detalhes ainda mais preocupantes:
·
O veículo, com placa da Paraíba, estava
com o licenciamento atrasado
·
A ambulância foi improvisada como meio de
transporte para um torneio esportivo
·
Quatro dos atletas transportados eram
menores de idade
·
O prefeito de Boqueirão, cidade onde o
veículo estaria registrado, negou qualquer vínculo com a frota municipal
Enquanto o motorista de 47 anos foi levado para a Central de
Flagrantes, onde responderá por crime de trânsito, os jovens atletas tiveram
que aguardar por horas até que outro transporte fosse providenciado para
levá-los de volta à Paraíba. "É inacreditável que um equipamento público
destinado a salvar vidas tenha sido usado dessa forma irresponsável",
comentou uma das testemunhas que presenciou a abordagem.
Especialistas em gestão pública alertam que situações como esta
representam não apenas uma infração de trânsito, mas um desvio de finalidade de
equipamento adquirido com recursos públicos. "Ambulâncias são veículos
especiais com manutenção custeada pelo erário. Seu uso para fins particulares
configura má utilização do patrimônio público", explica o professor de
Direito Administrativo Carlos Augusto.
A Polícia Civil abriu investigação para apurar a origem da
ambulância e possíveis responsabilidades administrativas. Enquanto isso, o caso
serve como alerta para a necessidade de reforçar os mecanismos de controle
sobre o uso de veículos oficiais em todo o país.