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Torcedores foram denunciados pelo Ministério Público por crimes como tentativa de homicídio qualificado, dano qualificado e violência em eventos esportivos; eles utilizarão tornozeleira eletrônica |
Um dos contemplados pela decisão é João Victor Soares
da Silva, presidente da torcida organizada do Sport, que responde pelo
crime de associação criminosa com motivação de intolerância esportiva. Além
dele, foram liberados também João Victor Antônio da Silva e Thyago Mendes
Barbosa.
Em sua decisão, a juíza apontou que seria “adequada” a
utilização de medidas cautelares diversas da prisão para os três denunciados,
sob a justificativa de “proporcionalidade” aos atos.
Entre as medidas cautelares que deverão ser cumpridas pelos
acusados estão:
1.
Uso de tornozeleira eletrônica;
2.
recolhimento domiciliar noturno das 20h às
6h do dia seguinte;
3.
não entrar em estádios de futebol,
independente do dia e horário;
4.
não reunir-se, por qualquer meio, com
torcidas organizadas;
5.
não frequentar bares e restaurantes em
dias de jogos, devendo permanecer em casa;
6.
não praticar novos crimes.
O Ministério Público de Pernambuco, no entanto, havia recomendado a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares apenas para João Victor Antônio da Silva, mas a decisão contemplou os outros dois denunciados.
João Victor Soares da Silva, presidente da organizada, e
Thyago Mendes Barbosa já tinham histórico de problemas com a Justiça. O
primeiro comandou a torcida em um enfrentamento contra a Polícia Militar num
jogo entre Sport e Central, em Caruaru, no Agreste.
Thyago Mendes, por sua vez, responde a diversos processos na
Justiça, incluindo lesão corporal grave e furto qualificado. É um dos
envolvidos no atentado que deixou seis jogadores do Fortaleza feridos,
logo após um jogo contra o Sport, em fevereiro de 2024.
Nesse processo, Thyago é réu por tentativa de homicídio
qualificado, dano qualificado e violência em eventos esportivos, com agravantes
de perigo comum e dificuldade de defesa.
No final da manhã do dia 1º de fevereiro, horas antes do
"Clássico das Multidões", os registros de conflito entre as torcidas
de Sport e Santa Cruz começaram a circular nas redes sociais, com cenas de
brigas, correria e depredação em vários bairros do Recife.
Entre os vídeos mais chocantes que circularam, cenas
que mostravam dois homens sendo violentamente espancados por torcedores
vestidos com roupas do Santa Cruz. Ambos foram deixados nus e um deles sofreu
violência sexual com um objeto.
Durante os atos de vandalismo, estabelecimentos comerciais
do bairro da Torre, na Zona Oeste do Recife, foram saqueados. Nos bairros da
Madalena e da Encruzilhada, na Zona Norte, o comércio também fechou as portas.
g1