O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu, nesta
quinta-feira (8), denúncia à Justiça contra uma Giselda da Silva Andrade, 30
anos, acusada de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e tortura
praticados contra o menino Arthur de apenas dois anos de idade. Arthur morreu
no dia 16 de fevereiro deste ano, no município de Tabira, Sertão do Pajeú.
A denúncia foi apresentada pela Promotoria de Justiça da
Comarca de Tabira após a análise do inquérito policial, recebido na última
terça-feira (6). Segundo os autos, a vítima foi submetida de forma reiterada a
agressões físicas, maus-tratos, privação de cuidados essenciais e violência
sexual. A brutalidade dos atos resultou na morte da criança por asfixia
mecânica e traumatismo craniano.
Giselda, e o seu então companheiro, Antônio Lopes
Severo, 42, eram responsáveis pelos cuidados da criança, enquanto a mãe do
garoto vivia fora do estado.
Testemunhas ouvidas durante as investigações relataram que a
acusada mantinha uma conduta sistemática de violência, aproveitando-se de sua
condição de guardiã de fato para aplicar castigos físicos cruéis e injustificáveis
à criança. O Ministério Público destacou o caráter hediondo dos crimes,
reforçando a necessidade de uma responsabilização exemplar.
"Em razão da gravidade dos fatos, o MPPE solicitou o
recebimento da denúncia e o prosseguimento da ação penal. A promotoria espera
que a Justiça atue com firmeza, diante das evidências contundentes
apresentadas", diz o comunicado do Ministério Público.
Relembre o caso:
O crime chocou a população de Tabira no dia 16 de fevereiro
de 2025, quando a criança de dois anos foi encontrada por uma vizinha de
Giselda. Ela estranhou o fato do menino não ter se levantado da cama. Ao
entrar na casa, percebeu marcas de cortes pelo corpo da vítima e acionou a
Polícia Militar.
Após fugir de Tabira, o casal foi na zona rural de Carnaíba.
Ao serem levados para a delegacia, Antônio, conhecido como Frajola, foi
retirado da viatura pela população no momento e linchado.
O laudo pericial confirmou as suspeitas: a criança
morreu em decorrência de asfixia mecânica e traumatismo craniano. As
investigações revelaram um histórico de abusos físicos, negligência e violência
sexual, levando à responsabilização da mulher que exercia a guarda da criança
de maneira informal.