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A família alega negligência ao dar alta médica a paciente que apresentava dores e muita febre após o parto |
Identificada como Maria Jaqueline Leite Cintra, a
adolescente teve o bebê na manhã do último dia 7 de abril, e foi liberada no
dia seguinte. De acordo com os familiares, os médicos justificaram que os
sintomas dela eram emocionais e naturais em função do trabalho de parto.
Em entrevista ao repórter Adielson Galvão, a irmã de Maria
Jaqueline, Jaíne, contou que a jovem voltou para casa, após ser liberada na
terça, dia 8, na cidade de São Bento do Una, mas não obteve melhora do quadro
de dor e febre desde então.
“Ela tinha crises de ansiedade. Como ela estava longe de
casa, longe de mim, longe de painho, ela se desesperou muito. Disseram que ela
poderia vir para casa, porque era febre emocional. Só que de lá para cá ela não
teve saúde, sempre teve febre”, explicou Jaine.
A família então, preocupada, socorreu a adolescente no
sábado, dia 12, mas ela também não melhorou. No último domingo, dia 13, Maria
Jaqueline foi levada para um hospital na localidade onde Maria Jaqueline
morava, em São Bento do Una. Lá, surgiu a primeira suspeita de que Maria
Jaqueline estaria com uma infecção em decorrência da permanência de restos de
parto no útero. Ela foi transferida para o Hospital Maternidade Regional Jesus
Nazareno (FUSAM), em Caruaru.
“Nós resolvemos no sábado levá-la. O Médico disse que ela
poderia ter alguma infecção, só que era uma infecção urinária. Voltei para casa
no sábado de madrugada, e domingo ela não estava melhor. Aí eu voltei para o
hospital de São Bento novamente. Aí o Médico examinou ela todinha e disse:
‘Olhe, seu útero está alto, você provavelmente, tá com o resto de parto, tá com
infecção’”, compartilhou.
Maria Jaqueline foi levada, por fim, ao Hospital Mestre
Vitalino, ainda em Caruaru. Ela não resistiu às complicações na recuperação do
parto e veio a óbito, na segunda-feira, dia 14. A família, abalada, agora busca
por respostas e por justiça pela morte de Maria Jaqueline, que deixou um filho
recém-nascido.
DOM MOURA – Em Nota, a direção do Hospital Regional Dom
Moura (HRDM) informou que “a paciente foi admitida na Unidade no último dia 6
de abril, realizando parto vaginal no dia seguinte, sem intercorrências”. Ainda
de acordo com o HRDM, durante o período de internação, “a Paciente foi
acompanhada por uma equipe multiprofissional do Hospital, com registros
contínuos de evolução clínica, não sendo constatadas alterações em seu estado
geral ou sinais vitais” e que “após avaliação da equipe Médica e Assistencial,
a Paciente recebeu alta hospitalar no dia 8 de abril, sendo referenciada para
acompanhamento ambulatorial”.
O HRDM lamentou o falecimento da Paciente e destacou estar
“à disposição de familiares da paciente para esclarecimentos”.
INVESTIGAÇÃO – A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que registou o caso, por meio da delegacia de Caruaru, como uma ocorrência de morte a esclarecer. A corporação afirmou, ainda, que “as investigações seguem até o esclarecimento do fato”. Não há informações sobre a causa morte registrada na Certidão de Óbito.
Com informações do Blog de Carlos Eugênio