Foram concluídas as investigações sobre a morte do
menino Arthur Ramos Nascimento, de 2 anos, assassinado em 16 de
fevereiro, na cidade de Tabira, no Sertão de Pernambuco. A informação foi
confirmada pela Polícia Civil do Estado (PCPE) e Secretaria de Defesa
Social (SDS-PE) nesta segunda-feira (17).
De acordo com a nota divulgada, com o fim das investigações
foram indiciados por homicídio o casal Antônio Lopes Severo, conhecido por
Frajola, e Giselda da Silva Andrade.
O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
Outros detalhes como motivação do crime e causa da morte - apontada em laudo -, não serão divulgados pela SDS. "Sobre o laudo pericial, esse é um documento que faz parte do processo de investigação e é anexado ao inquérito", informou o comunicado.
Relembre o caso
O menino Arthur Ramos Nascimento estava sob a responsabilidade de Antônio
Lopes e Giselda da Silva.
A mãe da criança, identificada como Giovana Ramos, teria
deixado o filho com os suspeitos desde dezembro de 2024, sob alegação de estar
em busca de emprego em João Pessoa, na Paraíba. O casal não tinha parentesco
com mãe e filho.
No dia 16 de fevereiro, segundo informações da PCPE, o
menino foi socorrido para um hospital de Tabira com diversas lesões no corpo.
Ele não resistiu e morreu na unidade de saúde. Os suspeitos fugiram em seguida.
À época, em entrevista à Radio Pajeú, a delegada
Joedna Soares, responsável pelas investigações, informou que a perícia apontou
indícios de violência sexual no corpo de Arthur.
A delegada também confirmou que o casal já tem passagem pela
polícia e foi preso anteriormente por envolvimento em crimes como tráfico
e homicídio.
Prisão do casal e morte de um dos suspeitos
Após diligências, uma ação integrada entre as Polícias Civil e Militar de
Pernambuco resultou na prisão do casal suspeito de ter matado o menino
Arthur Ramos.
Antônio Lopes e Giselda da Silva foram localizados dois dias
depois, em 18 de fevereiro, na zona rural de Carnaíba, também no Sertão do
Pajeú.
A dupla foi conduzida sob custódia, por um comboio policial,
para a Delegacia de Polícia de Tabira, responsável pela investigação do caso,
atraindo centenas de pessoas diante da unidade policial.
Segundo nota das polícias, antes de chegar à Delegacia de Tabira,
"um grande grupo de populares arrebatou um dos presos da equipe policial e
passou a realizar seu linchamento".
Antônio chegou a ser encaminhado ao Hospital Municipal Dr
Luiz José da Silva Neto, em Tabira, mas não resistiu e morreu.
Na ocasião, Giselda passou por audiência de custódia e
teve a prisão preventiva decretada. A unidade prisional onde ela está não foi
divulgada.
Polícia investiga linchamento
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que instaurou um inquérito
para apurar o linchamento e identificar quem participou da ação que resultou na
morte de Antônio Lopes Severo.
Além disso, a corporação informou que a conduta do
policiamento também será apurada.