Uma operação da Polícia Federal (PF) desmontou um esquema de
fraude previdenciária envolvendo um servidor do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) que movimentou cerca de R$ 945 milhões nos últimos três anos. As
informações sobre a ação, ocorrida na cidade de Garanhuns, no Agreste, foram
repassadas pela PF na manhã desta quinta-feira (13).
De acordo com a corporação, foi cumprido um mandado de busca
e apreensão em Garanhuns. Foram apreendidos um notebook e um smartphone, além
de uma pistola calibre 9 mm.
Diante das apreensões, será instaurado um novo inquérito
policial para a apuração do crime de posse ilegal de arma de fogo de calibre
restrito. A Justiça Federal também determinou afastamento cautelar do servidor
público de suas atribuições.
Os crimes investigados são inserção de dados falsos em
sistema de informações e corrupção, cujas penas somadas podem ultrapassar os 24
anos de reclusão. A ação é da Polícia Federal em Caruaru, com apoio da
Coordenação Geral de Inteligência Previdenciária.
Como funcionava
A PF constatou que a fraude consistia no desbloqueio
indevido de benefícios para a contratação de empréstimos sem a devida
solicitação do titular realizado pelo funcionário do INSS investigado, que não
teve identidade revelada.
“Em um dos casos analisados, o servidor manipulou um
benefício de titular incapaz, excluindo o seu representante legal para permitir
o desbloqueio e a averbação do consignado”, comunicou a PF.
O servidor estaria atuando desde 2022 e teria desbloqueado
por volta de 70 mil benefícios distribuídos nas 27 unidades da Federação, em
todo o Brasil.
Os valores emprestados liberados com a atuação do servidor
no desbloqueio dos benefícios podem ter sido emitidos com ou sem o conhecimento
do beneficiário.