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A Justiça decidiu manter a prisão preventiva de Fernando Cunha Lima, médico de 81 anos, que responde por estupro de vulnerável envolvendo seis vítimas |
Fernando Cunha Lima foi preso na sexta-feira (7), no
município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, após quatro meses
foragido. Ele é acusado de cometer estupros de vulnerável contra seis crianças,
em casos que ocorreram dentro de seu consultório, localizado no bairro de
Tambauzinho, em João Pessoa. As denúncias começaram a surgir em julho de 2024,
quando uma mãe relatou ter presenciado o médico tocando as partes íntimas de
seu filho durante uma consulta.
Durante a audiência de custódia, a defesa do pediatra
solicitou a prisão domiciliar, mas o pedido foi negado. A juíza Michele Duque
de Miranda Scalzo entendeu que a decisão sobre a mudança de regime prisional
deve ser analisada pela Justiça da Paraíba, onde os processos estão em
andamento. A magistrada determinou que o médico permaneça preso em Pernambuco
até que haja uma solicitação formal de transferência para a Paraíba.
A prisão de Fernando Cunha Lima ocorreu após meses de
investigações e buscas pela Polícia Civil. Ele foi localizado em um imóvel
alugado na praia do Janga, em Paulista, onde vivia de forma discreta, evitando
exposição pública. De acordo com o delegado Rafael Bianchi, da Draco, o médico
contava com uma rede de apoio logístico, que incluía familiares e outras
pessoas que forneciam alimentação, medicamentos e aparelhos celulares para
mantê-lo foragido.
As acusações contra o pediatra ganharam repercussão após a
primeira denúncia formal, em julho de 2024. Desde então, outras vítimas e
familiares procuraram a polícia para relatar casos semelhantes. Entre as
denúncias, está a de uma sobrinha do médico, que afirmou ter sido abusada por
ele na infância, em 1991.
Fernando Cunha Lima é uma figura conhecida em João Pessoa,
onde atuou como pediatra por décadas, atendendo várias gerações de crianças. A
confiança depositada nele pelas famílias das vítimas tornou os crimes ainda
mais chocantes. Atualmente, ele responde por dois processos judiciais, que
envolvem seis vítimas. Em um dos casos, uma criança teria sido abusada duas
vezes.
A defesa do médico informou que está avaliando a
possibilidade de recorrer da decisão que mantém a prisão preventiva. Enquanto
isso, o pediatra segue detido, aguardando as próximas etapas do processo
judicial.
A Justiça da Paraíba deve definir, em breve, os trâmites
para a transferência do médico e o andamento dos processos que podem levar à
sua condenação.