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Queda de 11 pontos em 2 meses é inédita; reprovação à gestão vai de 34% para 41%, aponta pesquisa |
Acham o governo regular 32%, ante 29% em dezembro passado,
quando o Datafolha havia feito sua mais recente pesquisa sobre o
tema. Neste levantamento, foram ouvidos 2.007 eleitores em 113 cidades, na
segunda (10) e na terça-feira (11), com margem de erro geral de dois pontos
para mais ou menos.
O tombo demonstra o impacto de crises sucessivas pelas quais
passa o governo, sendo a mais vistosa delas a do Pix. Ela ocorreu em
janeiro, com a divulgação de que o governo iria começar a fiscalizar transações
superiores a R$ 5.000 pela modalidade instantânea de transferência bancária.
Ato contínuo, houve uma cobrança da oposição, sugerindo
controle indevido, e uma enxurrada de críticas dizendo que haveria uma taxação
do Pix. O governo ficou atônito, e restou à Fazenda do ministro Fernando
Haddad (PT) revogar a medida.
Lula preferiu atribuir o fiasco à sua comunicação e trocou a
chefia do setor, promovendo o marqueteiro baiano Sidônio Palmeira, que de
todo modo já estava ativo no Planalto, para a vaga do petista Paulo Pimenta. Os
problemas, contudo, continuaram.
A inflação de alimentos é um foco constante de preocupação,
e o presidente não contribuiu com frases como aquela na qual sugeriu que as
pessoas parassem de comprar comida cara. Se na teoria parece lógico, soou como
um lavar de mãos, devidamente aproveitado pela mais ágil oposição.
Resultado: Lula colheu a pior avaliação de sua vida como presidente. Antes, havia atingido 28% de ótimo e bom em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão, em seu primeiro mandato (2003-06). Já o maior índice de ruim e péssimo fora registrado em dezembro passado (34%).
Seu terceiro mandato, iniciado em 2023, vinha sendo marcado
por uma certa estabilidade na avaliação. Na média entre nove
levantamentos do Datafolha, sua aprovação era de 36% e a reprovação, de 31%. Os
números atuais falam por si.
Fonte: Folha de São Paulo - Foto: Gabriela Biló -Folhapress