sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Foragido é preso por feminicídio três anos após matar mulher com golpes de facão no pescoço por ela ter se recusado a fazer sexo

Pedreiro, que não conhecia a vítima, foi preso na quarta-feira (25) 
Após três anos de fuga, um pedreiro foi preso em Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, acusado de feminicídio. Ele matou brutalmente Luciana Maria do Nascimento, com golpes de facão no pescoço, em outubro de 2021, no Cabo de Santo Agostinho. O crime aconteceu quando a vítima, que não conhecia o agressor, recusou uma investida sexual do homem. 

A prisão ocorreu na quarta-feira (25), quando policiais da Delegacia de Polícia da 37ª Circunscrição localizaram o criminoso em seu local de trabalho, em Camaragibe. O homem, que estava foragido desde o crime, vivia na cidade desde 2022, onde prestava serviços como pedreiro. A identidade e a idade do acusado não foram divulgadas pela Polícia Civil. 

O crime 

O feminicídio aconteceu na noite de 3 de outubro de 2021, por volta das 20h30, no bairro de São Francisco, Cabo de Santo Agostinho. Segundo relatos, Luciana Maria do Nascimento estava conversando com uma vizinha quando o agressor, embriagado, se aproximou e iniciou uma conversa com a vítima. Ao receber uma negativa para sua investida sexual, ele reagiu violentamente, sacando um facão e desferindo vários golpes no pescoço de Luciana, quase a decapitando. 

Testemunhas relataram que o ataque só foi interrompido quando um vizinho interveio. Ainda assim, a vítima já estava gravemente ferida. O crime foi registrado como feminicídio, agravado pelo motivo fútil e pela impossibilidade de defesa da vítima, que foi pega de surpresa e brutalmente atacada. 

Alegação de legítima defesa refutada 

De acordo com o delegado Carlos Couto, responsável pelo caso, o agressor alegou ter agido em legítima defesa. Segundo seu depoimento, ele afirmou que Luciana o teria desmoralizado em um bar e o atacado com água quente e uma chave de fenda. No entanto, a polícia não acredita nessa versão dos fatos. "Pela brutalidade do crime e pelo nível de violência empregado, fica evidente que o motivo real foi a recusa da vítima a uma investida sexual. O criminoso proferia insultos e palavrões enquanto a atacava, deixando claro que o ato foi motivado por sua repulsa ao ser rejeitado", afirmou o delegado. 

O homem estava morando no Cabo de Santo Agostinho antes do crime, mas fugiu logo após o assassinato. Ele passou a viver em Camaragibe, onde continuou trabalhando como pedreiro, tentando se manter fora do radar das autoridades até ser capturado. 

Feminicídio e violência contra a mulher 

O caso de Luciana Maria do Nascimento destaca a importância de políticas públicas de prevenção e combate à violência contra a mulher. O feminicídio, caracterizado como o assassinato de mulheres em razão de seu gênero, é uma das expressões mais graves dessa violência. O Brasil ocupa uma posição alarmante no ranking global de feminicídios, e casos como o de Luciana são um reflexo desse cenário. 

Apoio a mulheres vítimas de violência 

As mulheres que vivem situações de violência podem buscar apoio em centros especializados que oferecem atendimento multidisciplinar, acolhimento psicológico, jurídico e social. No Recife, as vítimas têm à disposição os seguintes serviços: 

  • Centro de Referência Clarice Lispector: Rua Doutor Silva Ferreira, 122, Santo Amaro. Atendimento 24 horas.
  • Serviço Especializado e Regionalizado (SER) Clarice Lispector: Avenida Recife, 700, Areias. Atendimento de segunda a domingo, das 7h às 19h.
  • Salas da Mulher: disponíveis em cinco unidades do Compaz — Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), Ariano Suassuna (Cordeiro), Dom Hélder Câmara (Coque) e Paulo Freire (Ibura).

Além desses serviços, há um Plantão WhatsApp, disponível 24 horas, pelo número (81) 99488-6138, para orientações e denúncias. 

O combate à violência é responsabilidade de todos 

A denúncia de casos de violência contra a mulher é fundamental para evitar que situações como a de Luciana se repitam. A sociedade pode e deve estar atenta aos sinais de abusos e reportá-los aos canais competentes. Quanto mais cedo a denúncia for feita, maiores são as chances de proteger a vítima e evitar que o ciclo de violência termine em tragédia.

O caso do feminicídio de Luciana Maria do Nascimento não deve ser esquecido, servindo como um alerta para que a justiça continue sendo feita e novas vidas sejam preservadas.