Apesar da decisão do Tribunal de Justiça de
Pernambuco (TJPE) contrária à greve, inclusive com previsão de multa diária de
R$ 300 mil, o Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol-PE) afirmou
que não vai recuar. O presidente da categoria, Áureo Cisneiros declarou, nesta
quinta-feira (8), que a paralisação está mantida e terá início a partir
da 0h deste sábado (10).
"Diante da recusa do governo estadual em abrir espaço
para negociações construtivas, a continuidade da greve é uma resposta
necessária e legítima, defendida pelo Sinpol em nome da categoria. A decisão do
TJPE, vista como uma liminar, será contestada pelo sindicato, que permanece
firme em sua luta pelos direitos dos policiais civis", afirmou Cisneiros.
Representantes do Sinpol-PE argumentam que o governo do
Estado não se dispôs a iniciar as negociações por melhorias nas condições de
trabalho, valorização salarial e aumento do contingente da categoria. Diante da
frustração do encontro, em votação, a categoria decidiu deflagrar a greve.
Na quarta-feira, um dia após a assembleia da categoria tomar
a decisão de deflagrar a greve em pleno Carnaval, o Órgão Especial do TJPE
determinou que os policiais não iniciassem o movimento grevista. O pedido de
tutela de urgência foi requerido pelo governo estadual.
"Fica vedada qualquer forma de mobilização que acarrete
paralisação, suspensão ou prejuízo das suas atividades essenciais,
independentemente da denominação atribuída ao movimento", disse trecho da
decisão.
No mesmo dia, o Sinpol-PE também protocolou requerimento ao
TJPE para que seja intermediada uma negociação entre a categoria e o governo
estadual. No documento, a entidade pontuou que ação semelhante ocorreu com o
Poder Judiciário da Paraíba e de Alagoas e que isso foi fundamentação para
evitar a greve.
Uma nova assembleia deve ser realizada com a categoria na manhã desta sexta-feira (9).