sábado, 20 de janeiro de 2024

Polícia acha vídeos de sexo em câmera escondida em quarto de condomínio no Litoral Sul de Pernambuco

Em depoimento, dona do apartamento afirmou que não tinha conhecimento da câmera espiã e que uma empresa é responsável pela administração do local

Vídeos com cenas de sexo foram encontrados no cartão de memória da câmera que estava escondida no quarto de um condomínio de luxo na praia de Muro Alto, um dos destinos mais procurados do Litoral Sul de Pernambuco. O material vai ser encaminhado pela Polícia Civil para perícia no Instituto de Criminalística.

Os investigadores desconfiam que a câmera estava instalada no local desde 2019. A polícia quer saber também se as imagens eram enviadas em tempo real, com ajuda da internet, ou ficavam gravadas apenas no cartão de memória.

A câmera espiã foi descoberta por um casal de turistas de São Paulo. Um boletim de ocorrência foi registrado na última terça-feira (16), na Delegacia de Porto de Galinhas. O caso foi revelado pelo Jornal do Commercio.

O nome do condomínio onde ocorreu o fato não será divulgado a pedido da polícia, já que existem vários proprietários de apartamentos, que podem ser prejudicados pelo erro cometido por apenas um.

VÍTIMA CONTA DETALHES DA DESCOBERTA

As vítimas foram um comerciante e uma professora, ambos de 36 anos. O casal relatou que se hospedou no condomínio no último sábado, dia 13. No boletim de ocorrência consta que eles notaram que havia uma tomada perto da cama e que não era possível inserir o carregador de celular.

"Foi quando minha esposa percebeu que havia uma luz refletindo de dentro da tomada. Ela acabou vendo que havia uma câmera. Entrei na internet e vi que havia anúncios de câmeras idênticas e ficamos assustados. Imediatamente entrei em contato com o gerente do condomínio", afirmou o comerciante, em entrevista exclusiva à coluna Segurança, deste JC.

"O gerente pediu que um funcionário fizesse fotos e ligou para a dona do apartamento, que afirmou não ter conhecimento da câmera. Inclusive soube que ela comprou há poucos meses. Também entramos em contato com a empresa que administra o apartamento", completou.

Preocupados com a possibilidade de divulgação de imagens íntimas na internet, o comerciante e a professora foram registrar a queixa na delegacia. "A câmera filma tudo. A gente estava passando férias e tudo foi interrompido após descobrirmos esse equipamento", lamentou o comerciante.

Câmera foi encontrada perto da cama onde o casal estava dormindo desde o último sábado

INVESTIGAÇÃO

No momento da queixa, na terça-feira à noite, a Delegacia de Porto de Galinhas estava sem delegado e sem escrivão. Havia apenas um agente da Polícia Civil no local. Os depoimentos das vítimas não foram colhidos.

"A polícia voltou a entrar em contato comigo no dia seguinte, mas já estava na hora do meu voo. Infelizmente, não fomos ouvidos", contou a vítima.

Por causa disso, o casal precisará ser ouvido por meio de carta precatória.

O caso está sendo investigado com base no artigo 216-B, do Código Penal Brasileiro, que prevê pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa, para quem reproduzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cenas de nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos participantes.

A dona do apartamento já foi ouvida pela polícia. Ela confirmou a versão de que fez a aquisição há poucos meses e que uma empresa estava responsável pela administração. E reforçou não ter conhecimento do equipamento.

O próximo passo é colher o depoimento do responsável pela empresa para entender quem era responsável pela manutenção dos apartamentos e quem tinha acesso a eles.

O QUE DIZ A EMPRESA?

Por meio de nota à coluna, a empresa que administra o apartamento onde a câmera foi encontrada afirmou que repudia "esse tipo de atividade criminosa".

"Reforçamos que seguimos criteriosos processos seletivos com verificação dos funcionários bem como também reiteramos a confiança nos mesmos. Também surpresos por tal ato, iniciamos o investimento em tecnologia para dar mais segurança aos hóspedes e proprietários. O jurídico da empresa juntamente com o portal onde a reserva foi realizada estão dando todo apoio para a identificação dos responsáveis junto à Polícia Civil", disse.

Fonte: JC