Uma nova linhagem mais transmissível da covid-19 foi descoberta
em Pernambuco. É a JN.1 - uma subvariante da Ômicron que chegou ao estado.
Também chamada de Pirola, a subvariante foi
identificada pela Fiocruz de Pernambuco. Para tanto, foi usado o sequenciamento
genômico, com amostras de pacientes enviadas pelo Laboratório Central de
Pernambuco, provenientes das cidades Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Ouricuri,
Paulista, Recife e Salgueiro.
De acordo com o pesquisador da Fiocruz Pernambuco,
Gabriel Wallau, além de ser mais transmissível, a nova variante está
associada ao aumento do número de casos que está sendo observado não só em
Pernambuco, mas também no Ceará.
“Essa linhagem tem uma certa vantagem de transmissão. Isso
quer dizer que ela é um pouco mais transmissível que as linhagens anteriores da
Ômicron. Exatamente por isso que nós estamos detectando agora, na rede genômica
Fiocruz, um aumento expressivo dessa linhagem e a substituição. As linhagens
anteriores estão sumindo e essa está prevalecendo”, explica.
Ao todo, 46 amostras foram processadas para o
sequenciamento. Dessas, foram obtidos 30 genomas com a linhagem e
sublinhagens da Ômicron.
VACINAS CONTRA COVID-19
Gabriel Wallau explica que, por ser mutante, o vírus da
covid-19 pode driblar a proteção que as vacinas promovem.
“A população se vacina, ou ela se infecta com a variante de
SARS-CoV-2, desenvolve um complexo de anticorpos que neutraliza o vírus e o
vírus, através de uma ou duas mutações, consegue escapar, parcialmente, dessa
resposta imunológica. Então, por isso que ela consegue se espalhar mais
rapidamente, se transmitir mais rapidamente na população e, assim, substituir
as linhagens anteriores”.
Embora seja praticamente impossível evitar a circulação e a
transmissão dessa nova linhagem do vírus da covid, o pesquisador da Fiocruz
avalia que a maioria dos casos deve ser leve, desde que o calendário vacinal
esteja em dia.
“Se a população estiver com a vacinação atualizada,
realmente isso reduz muito as doenças graves relacionadas à covid-19. De uma
forma geral, comparada com a Ômicron, as recomendações seguem as mesmas.
Devemos manter nosso cartão de vacinação atualizado com as últimas vacinas, pra
que a gente tenha um impacto bem reduzido dessa nova variante na população”.
O cientista afirma que não há motivos para pânico,
desde que as medidas preventivas estejam em dia.
No caso de algum sintoma, a primeira providência é procurar
uma unidade especializada para monitoramento.
Com informações da Agência Brasil.