Não nasceu ninguém em 35 municípios pernambucanos e no
Arquipélago de Fernando de Noronha em um ano inteiro (veja lista abaixo). Longe
de demonstrar que a taxa de natalidade dessas cidades está caindo, o dado
reflete a realidade de diversas cidades do estado onde não há estrutura para
atendimento obstétrico e ginecológico.
O levantamento, feito pelo Tesouro Nacional a pedido do g1,
analisou 50% de todos os atendimentos do Sistema Único em Saúde (SUS) no estado
em 2021, ano dos dados consolidados mais recentes. O Tesouro faz esse tipo de
análise para acompanhar onde e de que forma os recursos públicos são aplicados.
A ausência de casas de parto e maternidades faz com que as
gestantes residentes no estado precisem viajar até centenas de quilômetros para
realizar alguns procedimentos do pré-natal e também para dar à luz. Mais da
metade das pernambucanas deu à luz em uma cidade diferente da que vive, no
período analisado.
Em Pernambuco, em 2021, não nasceu ninguém nos seguintes
municípios:
- Abreu e Lima
- Araçoiaba
- Bezerros
- Brejinho
- Buenos Aires
- Calumbi
- Carnaíba
- Chã de Alegria
- Ferreiros
- Igarassu
- Itamaracá
- Ingazeira
- Itapissuma
- Joaquim Nabuco
- Maraial
- Moreilândia
- Moreno
- Palmeirina
- Paulista
- Poção
- Primavera
- Quixaba
- Rio Formoso
- Salgadinho
- Santa Maria do Cambucá
- Santa Terezinha
- São José da Coroa Grande
- Tacaimbó
- Terra Nova
- Timbaúba
- Tracunhaém
- Verdejante
- Vertente do Lério
- Vicência
- Xexéu
Os dados do Tesouro Nacional mostram 52.835 atendimentos
relacionados a partos e obstetrícia a mulheres residentes em Pernambuco. Foram
32.205 partos de mulheres residentes no estado, das quais 16.179 (50,25%)
precisaram ser deslocadas de município para parir.