Em meio ao aumento das mortes durante as abordagens
realizadas por profissionais da segurança pública em Pernambuco, os policiais
militares finalmente devem começar a usar as câmeras corporais. A corporação
confirmou que, a partir de setembro, o efetivo do 17º Batalhão, com sede em
Paulista, no Grande Recife, irá sair às ruas com o equipamento acoplado à
farda.
O uso das chamadas bodycams, que gravam sons e imagens, é
uma forma de identificar possíveis excessos cometidos em ações policiais e
punir aqueles profissionais que não respeitam as leis. O equipamento se torna
ainda mais relevante e necessário num período em que há escalada da letalidade
policial em vários estados brasileiros - incluindo Pernambuco.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 78 mortes
durante intervenções de agentes de segurança foram somadas em Pernambuco entre
janeiro e julho de 2023. No mesmo período do ano passado, foram 60. Já em 2021,
foram 52 mortes.
É importante enfatizar que esses óbitos ocorreram em ações
realizadas por profissionais da segurança pública em geral, mas sobretudo por
policiais militares.
Outro ponto importante: as câmeras vão garantir que falsas
denúncias de violência policial também sejam esclarecidas, ou seja, a
tecnologia vai ajudar o policial que trabalha de forma correta.
INVESTIMENTO
De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Militar
de Pernambuco, os testes para utilização das bodycams pelo efetivo do 17º BPM
já foram concluídos. Ao todo, 187 equipamentos foram adquiridos por meio de
licitação para o projeto-piloto.
Além dos equipamentos, um conjunto de baterias extras e
estações computadorizadas de armazenamento das imagens captadas foram
adquiridas, no valor de R$ 419 mil. A sala para armazenamento dos equipamentos,
na própria sede do 17º Batalhão, também está pronta.
Apesar do investimento, a iniciativa, na prática, ainda é
tímida e pouco será sentida pelo cidadão. Afinal, apenas um batalhão vai usar o
equipamento por enquanto. A corporação conta, hoje, com pouco mais de 16 mil
policiais na ativa.
Fonte: Jornal do Commercio