A Polícia Civil de Pernambuco efetuou a prisão de
um membro da própria corporação, de 44 anos, no município de Serra
Talhada, no Sertão de Pernambuco. Segundo a polícia, o comissário
era ligado a uma quadrilha voltada para o tráfico de drogas e
por crimes de peculato e divulgação de informações sigilosas.
De acordo com o Grupo de Operações Especiais (GOE),
que efetuou a operação, o suspeito é comissário da Polícia Civil desde
2003. Além dele, os oficiais também prenderam, em flagrante, dois integrantes
da quadrilha.
Foram apreendidas algumas porções de maconha, munições para
armas calibre 40mm, 38mm e 32 mm, e diversos celulares que estavam sob posse do
funcionário público.
Segundo o delegado-chefe do GOE, Ivaldo Pereira, o
ex-membro da corporação repassava objetos apreendidos em operações policiais e
fazia o repasse para uma quadrilha voltada para o tráfico de drogas. Além
disso, existe uma denúncia de que o indivíduo estaria fazendo isso em
troca de relações sexuais.
"O suspeito foi flagrado fazendo a subtração de entorpecentes na delegacia em que trabalhava e os guardando dentro de uma bolsa, que seriam repassados para a organização criminosa. Além disso, a investigação aponta para o fornecimento de outros materiais roubados nas unidades de polícia, como armamento, munições e documentos sigilosos", começou.
"Também recebemos uma denúncia anônima de que o indivíduo estaria fazendo este repasse para a quadrilha em troca de relações sexuais. Mas, no momento, isso é apenas uma denúncia e estamos realizando as investigações para comprovação ou não", destacou o delegado.
Ivaldo chegou ainda a revelar que, inicialmente, o suspeito
"negou as acusações", mas, quando perguntado sobre o flagrante do
furto de entorpecentes, ele "preferiu usar o direito de ficar em
silêncio".
O suspeito foi transferido para o Centro de Observação e
Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, na Região
Metropolitana do Recife (RMR), onde aguarda julgamento. O indivíduo
responde pelos crimes de peculato, tráfico de drogas, associação criminosa e
revelação de informações sigilosas.
A ação faz parte da Operação de Repressão Qualificada
Pérfido e foram emitidos mais oito mandados de busca e apreensão domiciliar
para prosseguimento das investigações.