A Polícia Civil indiciou quatro pessoas em dois dos cinco
inquéritos abertos contra o Padre Airton Freire, acusado de estupro. Esses
dois procedimentos foram concluídos pela corporação, que informou que, entre as
quatro pessoas indiciadas, uma delas é o religioso e outras duas estão
foragidas.
Padre Airton Freire foi denunciado por cinco pessoas por
estupros que teriam sido praticados com a ajuda de funcionários. Nesta
quarta-feira (26), a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva sobre o
caso, na sede da corporação, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife.
Padre Airton Freire, de 63 anos
A investigação foi intitulada Operação Amnom. As pessoas
indiciadas pela Polícia Civil são:
- Padre Airton Freire: teria abusado e ordenado abusos contra vítimas (preso);
- Jailson Leonardo da Silva: motorista suspeito de estuprar a personal stylist Silvia Tavares, que levou o caso a público (foragido);
- Landelino Rodrigues da Costa Filho: trabalhava com comunicação e era responsável pela filmagem e gravação das missas e dos eventos. Não se sabe a participação dele nos crimes (foragido);
- Motorista indiciado por falso testemunho: segundo a polícia, o nome não foi divulgado porque não há mandado de prisão contra ele.
Padre Airton está preso preventivamente e internado em
estado grave, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Recife,
com "princípio de acidente vascular cerebral (AVC)". A defesa dele
nega as acusações.
"São mulheres que não se conhecem, e um homem, também, que detalham de forma emocionada, demonstram dor em relembrar os fatos, e não há nenhum indicativo de que estão inventando, fantasiando algo sobre um homem que, por elas, era tido como um homem santo. Todos os elementos que não podemos dar detalhamento corroboram para essa linha", disse a delegada Andrezza Gregório, da Delegacia de Afogados da Ingazeira, no Sertão, responsável pela investigação.
A delegada Fabiana Leandro, diretora do Departamento da
Mulher, informou que todas as outras vítimas procuraram a polícia depois que
Silvia Tavares foi a público expor o caso.
A delegada Fabiana Leal informou, ainda, que tomou
conhecimento de outros possíveis casos que podem se tornar novos inquéritos. "A
gente precisa ainda apurar, realizar oitivas, para poder definir qual o tipo
penal que vai se enquadrar o caso dela, se está prescrito, se não está
prescrito, para, realmente, instaurar o procedimento", explicou.
Das vítimas identificadas até o momento, segundo a polícia, quatro são de Pernambuco e uma é de outro estado, que não foi informado. "Pela natureza do trabalho prestado, era comum virem caravanas de outros estados para Pernambuco, é a notícia que a gente tem. Então, naturalmente, pode ter vítimas de qualquer estado do país procurando a polícia", disse a delegada Morgana Alves.