Um terceiro caso do superfungo Candida auris (C.Auris)
no Estado foi confirmado nesta terça-feira (23), pela Secretaria Estadual de
Saúde de Pernambuco (SES-PE). O diagnóstico do paciente, um homem de 66
anos, foi feito laboratorialmente e ele segue internado em um hospital da rede
particular, no Recife.
Na semana passada, dois homens, de 48 e 77 anos,
foram detectados com o superfungo. Ambos estão internados, sendo um para
tratamento no Hospital Miguel Arraes, enquanto o outro está no Tricentenário,
ambos localizados na Região Metropolitana do Recife, respectivamente em Paulista
e Olinda. Seus nomes não foram divulgados.
Mais cedo nesta terça-feira, a SES-PE confirmou que o
paciente que se encontra no Hospital Miguel Arraes teria circulado por diversas
áreas da unidade de saúde que, por conta disso, precisou ser isolada. Segundo a
secretaria, no momento, estão sendo realizadas a busca e a investigação
diagnóstica de todas as pessoas que estiveram nos mesmos espaços de
internamento com os doentes registrados na última semana.
Em nota, a secretaria também reforçou que segue realizando
o monitoramento da Cândida auris no Estado e implementando de forma articulada,
com a Central de Regulação de Leitos e a Agência Pernambucana de Vigilância
Sanitária (Anvisa), as ações para controlar e evitar a propagação do fungo.
Também está sendo investigado se os casos são originários das unidades
hospitalares ou se a colonização do fungo ocorreu em ambientes
extra-hospitalares.
Candida auris
O Candida auris é de difícil diagnóstico e recebeu o nome de superfungo por
ser resistente a praticamente todos os medicamentos.
Apesar de a espécie sobreviver por meses em superfícies, sua transmissão só se dá pelo contato direto com pessoas infectadas ou com objetos. Ela é considerada uma grave ameaça à saúde global, pois pode causar infecções invasivas, graves e associadas à alta mortalidade, podendo apresentar características de multirresistência e levar à ocorrência de surtos em serviços de saúde.
A espécie é capaz também de infectar o sangue, levando a
casos agressivos e muitas vezes letais. Além disso, acomete em geral pacientes
graves, que permanecem por longos períodos em unidades intensivas de
tratamento. Dos 18 casos identificados até agora no Brasil, dois resultaram em
morte.
Segundo a SES-PE, o mecanismo de transmissão da C. auris dentro dos serviços de
saúde ainda não é totalmente conhecido. Por isso, é fundamental reforçar as
medidas de prevenção e controle, com ênfase na higiene das mãos e limpeza e
desinfecção do ambiente e equipamentos.