Mais de 400 mulheres que solicitaram medidas protetivas à
polícia por causa de violência doméstica, em Pernambuco, estão sem o aparelho
que alerta quando o agressor está próximo. O número preocupante foi revelado
pela secretária de Defesa Social, Carla Patrícia Cunha, nesta segunda-feira
(8).
Segundo a gestora, o Centro de Monitoramento de
Reeducandos de Pernambuco (Cemer), responsável também pelo acompanhamento de
quem usa tornozeleira eletrônica, identificou o problema.
"Eles observaram que só conseguiam monitorar um terço
dos agressores que tinham medida protetiva. Verificou-se que esses 'bipes'
estavam na Secretaria Estadual da Mulher, porque o oficial de justiça não tinha
localizado essas mulheres. E, por outro lado, elas próprias talvez não tenham sido
alertadas que deveriam ir buscar depois", explicou Carla Patrícia Cunha.
"Isso causou preocupação, porque o feminicídio não é um
crime passional. É um crime de escalada de violência. Por isso, não dá para
perder tempo. A mulher precisa pegar esse bipe e se proteger. Porque se o
bipe apitar, ela tem tempo de se afastar do agressor ou apertar e acionar a
polícia", completou a secretária estadual.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 22
mulheres foram vítimas de feminicídio entre 1º de janeiro e 30 de abril deste
ano. O mesmo número foi registrado nos quatro primeiros meses de 2022.
Em relação especificamente a abril, dois feminicídios foram
registrados. Um a menos que o mesmo mês do ano passado.
A SDS promete fazer um mutirão para entregar os equipamentos às mulheres que contam com a medida protetiva. Carla Patrícia também fez um apelo às vítimas de violência doméstica.