Nesta segunda-feira (10), o governo de Raquel Lyra (PSDB)
completa os seus 100 primeiros dias. No ano passado, a então candidata e
ex-prefeita de Caruaru fez história e venceu Marília Arraes (SD) no segundo
turno, com 58,70% dos votos válidos, se tornando a primeira governadora na
história de Pernambuco.
Durante todo o período eleitoral, que foi marcado pela polarização
entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o atual presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT), a tucana adotou uma estratégia inusitada.
No primeiro turno, apoiou a candidatura de Simone Tebet
(MDB), que fazia parte da federação partidária formada por MDB, PSDB e
Cidadania, respeitando a aliança partidária. A surpresa, no entanto, veio no
segundo turno, quando a candidata se absteve de opinar sobre as eleições
nacionais, sempre reiterando que a sua pauta seria “discutir Pernambuco”.
Fortemente criticada durante o período eleitoral,
principalmente pelo elo político mais ligado ao então candidato Lula, a
acusando por diversas vezes de ser “a candidata do bolsonarismo e da
extrema-direita”, Raquel Lyra não deu ouvidos às provocações e provou que a sua
estratégia viria a se consolidar nas urnas.
Com começo conturbado logo nos primeiros dias, a tucana
ordenou a exoneração de todo o quadro de comissionados do estado, foi acusada
de faltar com o pagamento a funcionários terceirizados da rede estadual de
educação e recebeu o Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de
Pernambuco (Sassepe) com uma dívida na ordem R$ 296 milhões, adquirida nos
últimos quatro anos da gestão comandada por Paulo Câmara (sem partido).