segunda-feira, 20 de março de 2023

Chuva do último sábado (18) deixou mais de 800 desalojados

Mal planejamento urbano, mudanças climáticas e falta de infraestrutura para moradia, provocaram, novamente, estragos durante fortes chuvas em Pernambuco - desta vez, as cidades mais atingidas foram Caruaru e Santa Cruz do Capibaribe, no final de semana. Nesta segunda-feira (20), contudo, os danos continuam presentes nas vidas de dezenas de famílias da região.

Ao todo, 217 famílias ficaram desalojadas - 865 pessoas que que, após o desastre, seguiram para a casa de um parente, segundo levantamento feito pelo Governo de Pernambuco até esta segunda.

Ainda, há 15 famílias compostas por 44 moradores dos municípios de Ipubi, Santa Cruz do Capibaribe e Trindade que estão desabrigadas e não podem retornar para suas casas. Só em Ipubi, 37 pessoas de 12 famílias tiveram suas casas destruídas.

O Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco (CBMPE) chegou a resgatar 54 pessoas que estavam ilhadas devido aos alagamentos provocados pela chuva em três municípios do Agreste entre o sábado (18/03) e o domingo (19/03). A maioria dos resgates ocorreu em Caruaru, onde 47 pessoas precisaram ser retiradas de suas residências por equipes do CBMPE.

Os bombeiros militares também atuaram em Santa Cruz do Capibaribe, onde seis pessoas receberam socorro para sair das áreas alagadas, e em Toritama, com uma pessoa atendida. Ao todo, 40 profissionais da corporação foram empregados na operação. 

A Prefeitura de Caruaru decretou estado de emergência e contabilizou, até agora, 192 famílias - em torno de 600 pessoas - que tiveram as casas afetadas nos bairros Caiucá, Divinópolis, João Mota, Nova Caruaru e Severino Afonso. Dessas, duas famílias ficaram desalojadas e estão em um ponto de acolhimento emergencial.

Os bairros foram os mais afetados, com cenas de destruição e inundações que atingiram também condomínios e as redondezas do Polo Caruaru. A ponte que o liga ao Jardim Panorama ficou parcialmente destruída. Um carro foi arrastado e ficou preso no riacho. No local, havia um ponto de mototáxi que foi levado pelas águas.

Aos prantos, a dona de casa Rosineide de Lima relatou a dor de perder tudo o que tinha. “Desmaiei subindo na escada do vizinho, nos braços do homem que me acudiu. Estou perdida no meio da rua, não tenho onde ficar. Queria entrar para lavar essa casa, não tem comida, não tem nada. Eu estou com fome”, desabafou.

A aflição também tomou Robevânia Silva, que grávida de 7 meses, viu todo o enxoval do bebê ser estragado. “Foi um momento de desespero para a gente, porque pegou a gente de repente. Não deu para salvar nada, nem o berço do bebê, só o documento”, contou.

Fonte: Jornal do Commercio