Em entrevista, a jovem, que atingiu a nota
1.000, contou que a educação sempre foi uma prioridade para ela e para os
pais, e que foi no ensino médio o momento de maior dedicação aos estudos e
também de maior dificuldade, devido à pandemia da Covid-19.
Carina estudava na cidade de Limoeiro, também no
Agreste, e fazia o deslocamento diário de, aproximadamente, 70 km de casa para
a escola e da escola para casa.
"Eu sempre estudei muito desde pequena. Mas o foco
para o vestibular aconteceu no primeiro ano, quando aprendi a estudar
sozinha, em casa. No terceiro ano do ensino médio, em 2022, as aulas da
escola deixaram de ser remotas e voltaram a ser presenciais, me mudei
temporariamente para Limoeiro e tive que morar em uma pensão",
relembrou Carina, informando que decidiu mudar de cidade para conseguir mais
tempo para estudar.
"Eu estudava quase o dia todo, só parava para comer, ir
para a academia e falar com os meus pais. Nesse período, eu fiz dois
cursinhos, sendo um online, de Fernanda Pessoa, com a isolada de linguagens e
redação, e um de matemática, que me deram todo o repertório que eu
precisava para fazer uma boa prova".
O resultado de tanto esforço foi conferido na noite dessa quarta-feira (8), quando ela recebeu a informação que o as notas do Enem tinham sido divulgadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
"Eu comecei a me tremer todinha, e, quando vi a nota,
comecei a gritar e chamar meus pais. Não consegui dormir. É algo inexplicável.
Eu não esperava", contou Carina, que disse gostar muito de ler romances
nos horários vagos. "Amo Harry Potter. Costumo ler várias vezes
o mesmo livro", disse.
Agora, Carina pretende aplicar as notas
obtidas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para tentar cursar
medicina no campus Caruaru da Universidade Federal de Pernambuco.
"Minha bolha foi se formando por pessoas que estudavam muito e eram
aprovados em medicina. Não era um sonho de criança, também não tenho ninguém na
família na área, mas medicina encheu meus olhos. Eu sabia que queria algo da
saúde e só decidi por medicina no segundo ano. Se eu não passar
agora, vou continuar tentando", informou.