O Laboratório de Compostos Orgânicos em Ecossistemas
Costeiros e Marinhos (OrganoMAR), da UFPE, divulgou o laudo de análise dos fragmentos
de óleo encontrado nas praias de Pernambuco no mês de Agosto. No
entanto, o resulto é inconclusivo.
Os fragmentos foram enviados ao Laboratório na última
quinta-feira (25), tendo como prazo de análise essa segunda-feira (5).
Segundo a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (Semas/PE), através da Agência Estadual de Meio Ambiente
(CPRH), o laudo encontrou ambiguidades entre este óleo e o que chegou
às praias nordestinas em 2019.
Ou seja, por haver diferenças entre os componentes de cada
óleo, não há como concluir categoricamente que se trata, ou não, do mesmo
material.
Por isso, material desconhecido segue em análise
laboratoriais.
Após 14 dias do aparecimento dos novos fragmentos nas
praias, em 25 de agosto, o comitê suspendeu as ações de vistorias
diárias nas praias. Segundo a organização, a mudança de postura acontece devido
a redução do aparecimento dos fragmentos de óleo nas faixas de areia de
todo o estado.
Municípios afetados pelo novo vestígio de óleo:
1. Olinda
2. Ipojuca
3. Recife
4. Cabo de Santo Agostinho
5. Tamandaré
6. Paulista
7. Jaboatão dos Guararapes
8. Sirinhaém
9. Goiana
10. Itamaracá
11. Igarassu (pouco)
12. São José da Coroa Grande (pouco)
13. Barreiros
Como aconteceu o vazamento de petróleo no Nordeste?
Em agosto de 2019, manchas de um material denso e escuro
começaram a surgir nas praias do Nordeste. A substância, identificada com
petróleo, provocou danos irreversíveis na vida marinha local.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o petróleo foi visto em 11 estados (9
do Nordeste e dois no Sudeste, Espírito Santo e Rio de Janeiro), 130
municípios e 1009 localidades diferentes.
Só em Pernambuco, 1,5 mil toneladas foram
retiradas por voluntários, equipes das prefeituras, moradores de áreas
litorâneas, pesquisadores e comerciantes que dependem do turismo e da pesca.
Em dezembro de 2021, a Polícia Federal (PF) identificou
que o responsável pelo descarte do material na mar foi um navio
petroleiro grego. Na época, a PF disse que a empresa responsável pela
embarcação bem como o comandante e o chefe de máquinas do navio, foram
indiciados pelos crimes de poluição, descumprimento de obrigação ambiental e
dano a unidades de conservação.
No entanto, até hoje os responsáveis pelo crime seguem
impunes, enquanto a CPI do Óleo, aberta à época na Câmara dos Deputados,
foi encerrada em abril de 2021 sem apresentar um relatório final.
Fonte: JC