Se somados os números dos primeiros cinco meses deste ano, o
Estado já acumula 1.586 mortes violentas. Um aumento de 11,30%, em relação a
2021, quando 1.425 pessoas foram assassinadas. O programa estadual Pacto pela
Vida prevê redução de 12%.
A situação mais preocupante – observada desde o começo do
ano – está na região do Agreste. Foram registrados 378 assassinatos entre janeiro
e maio deste ano. No mesmo período de 2021, o acumulado foi de 313. Isso
significa um crescimento de 20,77% no número de vítimas.
A SDS ainda não divulgou os dados por município. Mas,
desde o primeiro bimestre, a cidade de Garanhuns, que fica na região, já
apresentava um salto da violência.
Entre janeiro e abril, 26 mortes foram registradas em
Garanhuns. Já no mesmo período de 2021, foram somados 12 homicídios.
Crescimento de 116,6%. Chama a atenção também que 14 pessoas assassinadas neste
ano no município tinham entre 12 e 29 anos. Esse perfil é considerado mais
vulnerável porque, sem oportunidades de emprego e estudos, acabam sendo
atraídos para o tráfico de drogas.
O avanço de facções especializadas no tráfico e a disputa
por território no Agreste têm, justamente, relação com o aumento das
estatísticas.
A Região Metropolitana do Recife (sem incluir a capital)
também vive um cenário de forte alerta. Houve alta de 403 para 467 vítimas. O
crescimento é de 15,88%. Os municípios do Cabo de Santo Agostinho e de Jaboatão
dos Guararapes são os que apresentam maior número de mortes.
O Cabo, inclusive, vem sendo alvo de atenção especial das
forças de segurança porque apresenta maior taxa de assassinatos por 100 mil
habitantes do Grande Recife. Em maio, em um único fim de semana, a polícia
somou pelo menos seis mortes. A maioria dos crimes é relacionada ao tráfico de
drogas. Mas não são só as disputas entre grupos rivais ou por dívidas que
acabam em mortes no município.
No dia 5 de junho, a professora aposentada Edna de
Souza Fonseca, de 63 anos, caminhava com o seu cachorro, a poucos metros de
casa, quando foi surpreendida por homens armados. Acabou levada até uma área
onde não havia câmeras de segurança e foi executada. O animal também morreu. A
investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios do Cabo apontou que
traficantes teriam desconfiado que a vítima seria informante da polícia e, por
isso, houve a ordem para a execução. Um adolescente, apreendido no dia
seguinte, confessou que atirou na professora.
Fonte: JC Online