A Prefeitura de Caruaru, afirmou no edital de contratação de
seus artistas que qualquer atração “que expresse conteúdo político de qualquer
natureza” não seria contratada.
O edital, que teve início em 31 de março e se encerrou nesta
quarta-feira (18), data a partir da qual as atrações começaram a ser
divulgadas, foi publicado no site da prefeitura.
Rubens Júnior, que é presidente da Fundação de Cultura de
Caruaru, disse ao Marco Zero, um coletivo de jornalismo independente de Recife,
que não enxerga a medida como censura. Afirmou ainda que a cláusula do edital
se trata de uma “recomendação” aos artistas.
O edital, no entanto, afirma que o descumprimento da
cláusula pode levar à rejeição da prestação de contas e, por consequência, à
suspensão do cachê da apresentação.
“O que que a gente está contratando não é a posição política
do artista. Se ele faz isso num teatro, as pessoas pagam para assistir ao show
dele. Eu mesmo vou e bato palma quando é a meu favor e vaio quando é contra a
minha posição política. Mas é um show privado. Um show com recursos públicos. A
gente tem que ter essas precauções.”
“Eu tenho copatrocínio do governo federal, do governo
estadual e a prefeitura banca a maior parte da festa. São três posições
políticas diferentes. Como é que eu resolvo isso? Resolvo dizendo assim: ‘Olha,
não se fala em política, porque o show não é para manifestação individual. O
show é para manifestação individual artística’.”