quinta-feira, 14 de abril de 2022

Christine Fernandes interpreta Maria na Paixão de Cristo 2022 e ressalta força da personagem: 'ela tem fé'

A atriz Christine Fernandes dá vida à Maria, mãe de Jesus, no espetáculo da Paixão de Cristo 2022, que será realizado até o sábado (16). Ela conversou com a reportagem da TV Asa Branca e falou sobre como é interpretar a personagem e participar do maior espetáculo ao ar livre do mundo.

Christine ainda destacou que acredita que esta temporada da Paixão de Cristo será de gratidão, visto que o espetáculo não foi realizado nos últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19. Confira:

Vi que você é norte-americana, veio muito cedo ao Brasil. O seu nome, a princípio me fez ter uma referência ao cristianismo. Você tem uma base religiosa?

-Sim, o nome tem uma etimologia baseada na palavra "cristianismo". Talvez não tenha sido, necessariamente, com essa intenção que os meus pais escolheram esse nome. Muito embora, eu tenho uma formação católica, de ter estudado em colégio de freira a minha vida inteira. Então, isso está entranhado em mim.

Você vem para interpretar Maria. E não é a primeira vez que você interpreta a personagem, não é?

-Pois é. Eu tenho a sorte, esse privilégio de ter vindo aqui interpretar Maria no espetáculo "Noite Feliz", que teve há alguns anos, era na época de Natal e focava na concepção do nascimento de Jesus. Tinha os Reis Magos e toda aquela primeira parte da vida de Jesus. Eu era Maria naquele espetáculo. Agora eu estou retornando para fazer Maria nessa segunda fase, em que ela perde o filho e Jesus também cumpre a sua missão. Eu passei pelo ciclo completo de Maria. É um privilégio!

Essa é uma história milenar, que é contada a cada ano, no mundo inteiro. Mas eu imagino que ela também esteja ligada, talvez para o público, a tudo o que acontece. Acho que cada ano tem um contexto diferente de quem vem assistir ao espetáculo. Como é para quem faz isso? Você é um paralelo?
-Com certeza! Eu acho que vivemos, nos últimos dois anos, que não pudemos ter a Paixão de Cristo, um período muito sombrio. E esse espetáculo é muito vivo, ele acontece com a gente no palco, mas o que volta para a gente da plateia, a força energética, faz a gente devolver a coisa de uma outra forma. Toda a nossa emoção está muito vinculada à emoção que a gente recebe do público. E quando estamos falando de um espetáculo para 10 mil pessoas, estamos falando de uma força muito potente. Vivemos um período de muita dor e tristeza [durante a pandemia], e sinto que esse ano será um espetáculo de gratidão.

De certa forma, a personagem Maria vem para externar o que é o amor?

Eu acho que sim, porque é uma mulher que vem para se resignar com a história que ela sabe que vai acontecer com o seu filho, que ele vai ser sacrificado em nome de um bem comum. Ela consegue aceitar isso, muito embora ela sofra. Mas eu acho que até no sofrimento de Maria tem uma resignação, uma postura estoica em relação a isso tudo. Ela aceita [a morte de Jesus], porque ela tem fé. Ela sabe que aquilo não é o final de tudo.

Reprodução: g1 Caruaru