Com a proximidade da Páscoa, o comércio brasileiro vive a
expectativa pelo aumento no volume de vendas do varejo. O período, marcado
pelas tradicionais reuniões familiares e troca de chocolates, deverá movimentar
cerca de R$ 2,16 bilhões no país neste ano, de acordo com a projeção da
Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Na capital
pernambucana, a expectativa da Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL
Recife) é que as vendas registrem um crescimento de até 10% em comparação com o
ano passado.
Para o presidente da CDL Recife, Fred Leal, o fluxo de
clientes em busca de itens de páscoa deverá aumentar nos próximos dias.
“Tradicionalmente, o consumidor está pesquisando e já começando a comprar
antecipadamente os itens para consumo próprio ou para presente. Mas esperamos
também as compras de última hora, principalmente com itens perecíveis”,
adiantou o presidente da CDL Recife, Fred Leal.
Na avaliação da Fecomércio-PE, a diminuição dos casos da
Covid-19 deverá impulsionar as vendas do setor neste ano. “As famílias
brasileiras estão ansiosas para celebrar a data e o que ela representa, em meio
ao clima de retomada das atividades econômicas e sociais. A predisposição só
encontra barreiras nas atuais condições de consumo observadas pelos
consumidores”, afirmou Bernardo Peixoto, presidente do Sistema
Fecomércio/Sesc/Senac-PE.
Com o aumento da demanda global e o câmbio, a expectativa é de que os produtos típicos cheguem mais caros para o consumidor. No caso do chocolate, o volume de importação avançou 8% (1,43 mil toneladas) em relação ao ano passado, de acordo com a CNC. Apesar do número seguir abaixo das 1,87 mil toneladas de chocolates importadas no período pré-pandemia, o presidente da Confederação, José Roberto Tadros, avalia o resultado como positivo. "O volume de importação de produtos típicos costuma ser um importante indicativo da expectativa do varejo para a data. Ainda não alcançamos a recuperação plena, mas o crescimento mostra que seguimos no processo de retomada", afirmou.
Já o bacalhau, por outro lado, teve retração de 17% no volume de importações. Para o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, o recuo é uma estratégia do varejo. "É um indício de que o setor está apostando na melhor saída de produtos mais baratos a partir da aceleração dos índices gerais de preços", avaliou.