A declaração de óbito do comerciante Adalberto Tavares
Bernardino, 75 anos, que morreu após ser sequestrado em Taquaritinga do
Norte, no Agreste de Pernambuco, na segunda-feira (21), revelou que a causa da
morte dele foi um ferimento provocado por um projétil de arma de fogo.
Inicialmente, a informação repassada pela Guarda Civil do
município era de que o falecimento teria sido em decorrência de um mal
súbito, por causa do susto da investida criminosa, uma vez que ele tinha
problemas cardíacos.
O corpo do idoso passou por perícia tanatoscópica no
Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, também no Agreste.
De acordo com a declaração de óbito assinada pelo médico
Jorgenildo Gonçalves de Farias, a causa da morte foi um "ferimento
penetrante de tórax com lesões pulmonares e hemorragia interna por ação
perfurocontundente (projétil de arma de fogo)".
O sequestro
Adalberto teria ido a um sítio na zona rural de Taquaritinga
com um amigo quando ambos foram feitos reféns por três homens. "Três
indivíduos tomaram o veículo da vítima, que estava acompanhada de um senhor, e
fizeram eles reféns por mais de quatro horas. Saíram rondando, chegaram a ir para
Paraíba, voltaram para Pernambuco. Na volta para Pernambuco, abordaram outro
veículo, uma van, e fizeram também de refém o motorista", explicou o
delegado Flaubert Queiroz.
Os sequestradores só pararam após serem abordados por uma
equipe da Guarda Civil Municipal (GCM). De acordo com a guarda, houve uma troca
de tiros entre o efetivo e os sequestradores. "Quando chegamos na estrada
do Maracajá, estávamos na frente por conhecermos a área, nos deparamos com uma
Hilux, que assim que visualizou que era uma viatura que estava indo em sua
direção, quando emparelhou, já efetuou disparos, atingindo o para-brisa e a
lateral da viatura, e por pouco não atingiu nosso efetivo", disse o
comandante da guarda, Wellington Silva.
O tiroteio terminou com três pessoas mortas - dois
criminosos e um refém. Os suspeitos foram identificados como Carlos André da
Silva e José Uanderson da Silva. O terceiro sequestrador conseguiu fugir pela
vegetação, e seguia sendo procurado pelo Bepi (Batalhão Especializado de
Policiamento do Interior).
Na ação, foram apreendidas duas armas, uma de calibre 28 e a
outra de calibre 12. A polícia acredita que o homem que fugiu estaria com um
revólver ou uma pistola. Apesar disto, ainda não se sabe de onde partiu o tiro
que atingiu o refém. O caso segue sob investigação.
Do Estação Notícias / Jornal do Commercio