A Polícia Civil de Pernambuco realizou fiscalização e
prendeu três pessoas em um Laboratório de Análises Clínicas, em Prazeres,
Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
A investigação começou após denúncias contra o local feitas
na Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa).
A denúncia apontava que foi realizado um exame de covid-19,
tipo RT-PCR, que apresentou resultado negativo e, em seguida,
quando a pessoa chegou em Fernando de Noronha, realizou um novo teste
e apresentou resultado positivo.
Durante fiscalização, a polícia constatou que o laboratório
não tinha equipamentos, nem estrutura para realização do RT-PCR. Eram
realizados testes rápidos de antígeno para covid, mas os laudos atestavam o
exame de RT-PCR.
De acordo com a polícia, o laboratório não apresentou as
documentações necessárias, evidenciando funcionamento clandestino, nem
demonstrou a prática dos cuidados básicos de biossegurança, uma vez que no
local as amostras de testagem estavam acondicionadas em uma geladeira junto a
potes de margarina e garrafas com água.
O laboratório foi interditado pela Apevisa e os
proprietários e a funcionária que se apresentou como técnica em enfermagem, sem
apresentar comprovação de registro no Coren, foram presos e autuados em
flagrante por crimes contra as relações de consumo, além do exercício ilegal da
profissão por parte da funcionária.
Vale lembrar que, até o último dia 15, a apresentação de
exames negativos de covid-19 era obrigatória para entrar em shows e
eventos em Pernambuco.
A delegada Thaís Galba, da Delegacia do Consumidor (Decon), disse
que ainda não é possível afirmar se as pessoas já procuravam o local sabendo
que os testes seriam negativos. "Essa informação é alvo de investigação,
não tem como afirmar que as pessoas sabiam, mas há fortes razões e indícios de
que eram falsificados (os exames)", comentou.
Segundo as investigações, todos os resultados emitidos pelo
laboratório apresentavam resultado negativo, como se tivessem realizando o
procedimento de testagem no modo RT PCR.
O laboratório era de porte mediano, segundo a polícia, e
ficava no centro de Prazeres. No momento da fiscalização, três pessoas estavam
no local para fazer exames.
A delegada verificou exames de forma aleatória e todos
estavam com resultado negativo, inclusive, um dos laudos em inglês, para uma
pessoa, segundo ela, com nome árabe.
Durante a diligência policial, o segundo proprietário chegou
ao estabelecimento e disse que, na verdade, as amostras seriam enviadas
para um laboratório parceiro, que faria o RT-PCR.
"Pedimos a rastreabilidade de pelo menos uma amostra
enviada a esse laboratório parceiro e não foi apresentado nenhum", disse
Thaís Galba.
Do Estação Notícias