Um adolescente de 13 anos matou a própria mãe e o irmão mais
novo, de 7 anos, a tiros, dentro de casa, nesse sábado, 19, conforme
investigação policial. A família morava no município de Patos, no sertão
paraibano. O pai do jovem, policial militar, guardava uma arma de fogo na
residência. O PM também chegou a ser baleado, mas sobreviveu. O policial
reformado tem 56 anos e foi socorrido a um hospital da região.
O delegado Renato Leite contou que a ação foi motivada por
uma discussão sobre notas baixas que o jovem estaria levando na escola. Além
disso, ele também queria continuar a jogar online e, conforme disse em
depoimento, sentiu-se "pressionado" por cobranças tanto para estudar
quanto para cumprir com suas tarefas domésticas. As informações foram cedidas
em entrevista à TV Sol.
“Ele estava tirando notas baixas porque em casa só queria
saber de estar jogando esse jogo. O menino, quando era cobrado para arrumar uma
cama ou então enxugar uma louça, disse que se sentia pressionado. E por esse
motivo hoje foi a gota d'água. E ele se armou com a arma do pai e fez o que
fez”, disse o delegado.
Para o GLOBO, o delegado disse que o caso foi
registrado como um procedimento especial envolvendo menor de idade num contexto
de violência doméstica, considerando que as vítimas foram a mãe e o irmão, que
morreram, e o pai, gravemente ferido.
Ainda segundo o delegado, o adolescente está sozinho em uma
sala reservada para menores de idade na carceragem da Polícia Civil da Paraíba.
O menor aguarda a audiência de apresentação e a decisão judicial.
A investigação foi concluída, mas faltam apenas alguns
laudos periciais, conforme a Polícia. “Os corpos das vítimas já foram liberados
para a família fazer o enterro. O pai continua em estado grave", afirmou
Leite, no início da tarde deste domingo, 20.
Mais detalhes
O delegado afirmou que o pai do estudante tinha saído de
casa comprar um remédio para a mãe, que estava com dor de dente. Naquele
momento, a mulher dormia no quarto do casal. Antes disso, porém, pegou o
celular do filho por causa do mal desempenho escolar.
O jovem então teria pegado a arma de fogo, que estava
"bem guardada" em um "armário de ferro fechado" no
escritório do pai. “A mãe aguardava no quarto, deitada, dormindo. Ele chegou,
encostou a arma na cabeça dela e efetuou um disparo contra a mãe”, relatou
Leite à TV Sol.
O barulho do tiro assustou o irmão mais novo, que estava em
seu próprio quarto, conforme o delgado. A criança teria começado a brigar com o
adolescente quando percebeu o que tinha acontecido. O autor então teria chegado
a correr atrás do menino para atirar nele também.
“O pai chegou, tentou intervir, que ele soltasse a arma, e
ele terminou efetuando um disparo contra o pai, que caiu na sala”, continuou o
delegado. O irmão, ao ver o pai caído, foi tentar socorrer o pai, o abraçou,
foi quando ele (o adolescente) atirou no irmão pelas costas.
“Depois, ele guardou a arma onde estava, chamou o Samu e
tentou fazer (parecer) que tinha sido um assalto, que (ladrões) tinham entrado
e praticado um assalto. Mas depois de todas as diligências que fizemos, a gente
conseguiu elucidar esse caso. A arma foi apreendida e encaminhada para perícia.
O menor aguarda num local adequado, por ser menor, a manifestação judicial e do
Ministério Público”, conclui o delegado.
Do Estação Notícias / O GLOBO / TV Sol