De acordo com a Pesquisa Endividamento e Inadimplência
do Consumidor (PEIC), o pernambucano nunca esteve tão endividado como
apontou o último levantamento realizado. De forma mensal, os dados são colhidos
pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC),
e tem seu recorte regional realizado pela Fecomércio-PE.
Esses números têm como objetivo traçar um perfil do
endividamento, acompanhando o nível de comprometimento do consumidor com
dívidas e a disponibilidade e proatividade em relação à capacidade de quitação.
Com variação de apenas 0,4 pontos percentuais, as
famílias que se declararam endividadas atingiu 80,4%, o que se
tornou o maior percentual desde setembro de 2021, quando chegou em 80,9%.
Segundo o economista Ademilson Saraiva, da assessoria
econômica da Fecomércio/PE, a pandemia e o que ela trouxe de consequências
sobre os negócios e os empregos, sem dúvida, é um fator relevante para tamanha
inadimplência.
“Ao longo de 2020 e 2021, os ciclos de paralização e
adequação das atividades refletiram diretamente no faturamento das empresas e
na capacidade de superação da crise provocada pela necessidade do isolamento
social e afastamento das pessoas do ambiente de trabalho. Esse movimento teve
desdobramento, por um lado, sobre a oferta, especialmente na indústria de
alimentos, e também sobre a demanda, visto que com mais pessoas em casa, houve
aumento no consumo de alimentos dentro do lar e de equipamentos domésticos.
Além disso, ao longo do ano passado, o país passou a sofre os impactos da crise
nas hidrelétricas (aumentando o preço da energia) e com o aumento do preço dos
combustíveis. Essa conjuntura conduziu a um aumento substancial do nível de
preços ao consumidor, reduzindo o poder de compra e, consequentemente, forçando
as famílias a elevar o endividamento, através de vetores como o cartão de
crédito, cheque especial e empréstimo pessoal, para complementar a renda
domiciliar.”, analisa o economista
Sem saber ao certo se terá uma redução nos próximos meses,
Ademilson alerta que a expectativa ainda é de um percentual de endividamento
elevado. “Gastos extras aos quais as famílias estão submetidas nesse momento,
como as despesas tributárias (IPTU, IPVA e outras taxas) e volta das atividades
escolares.”, devem ser os principais fatores para esse novo número.
Do Estação Notícias