O governador Paulo Câmara autorizou, no começo desta semana,
o início do processo de licitação na Compesa, que permitirá a contratação de
uma parceria público-privada para construção de uma usina solar no Estado, com
capacidade de geração de 135 MW. A iniciativa, inédita entre as empresas de
saneamento do País, tira a Compesa do patamar de maior consumidora de energia
elétrica de Pernambuco e a coloca como uma das maiores geradoras do Estado. No
projeto, o investimento total do parceiro privado será de R$ 527 milhões, com
prazo do contrato estipulado em 29 anos.
“A energia produzida vai atender 65 unidades consumidoras,
entre as estações de tratamento e estações elevatórias de alta e média tensão
da Compesa, representando uma economia de 37% em relação ao valor pago à
distribuidora do Estado”, afirmou Paulo Câmara.
Nos quatro primeiros anos da concessão, o fornecimento será
feito dentro do mercado livre de contratação, ambiente onde a energia é
geralmente mais barata. “Após a assinatura do contrato, a parceira terá o prazo
de seis meses para migração das unidades de consumo para o mercado livre de
contratação e elaboração do projeto para construção da usina em até quatro
anos”, explicou a presidente da Compesa, Manuela Marinho. Ela estima que, no total,
durante o período de vigência do contrato, a economia real para a companhia
será de R$ 1 bilhão.
O gasto com energia elétrica é bastante significativo para
as companhias de saneamento. No Brasil, cerca de 98% delas têm entre seus três
maiores custos as despesas com esse insumo. Ainda de acordo com Manuela
Marinho, em 2021 a Compesa foi responsável por 4% de toda a energia consumida
em Pernambuco, número maior que os consumos individuais de 177 municípios do
Estado. “Dessa forma, precisamos buscar fontes de energia renováveis e mais
baratas para atender a nossa demanda e garantir que essa economia interna seja
convertida em investimentos e em saneamento”, argumentou.
INVESTIMENTO
No rol de investimentos para geração de energia renovável, a
Compesa já licitou e assinou ordem de serviço para implantação de três usinas
solares no município de Flores, no Sertão do Pajeú, que somam juntas uma
potência de 1,1 MWp e vão produzir energia na modalidade de geração distribuída
por autoconsumo remoto para 38 unidades consumidoras, como escritórios e lojas
de atendimento da Compesa. Com a iniciativa, a expectativa é de uma economia de
até R$ 2 milhões ao longo dos cinco anos de contrato.
A companhia também está em vias de licitar a construção de
três usinas solares flutuantes nas barragens de Duas Unas, Pirapama e Tapacurá,
somando uma potência de 12 MWp para atender 630 unidades da Compesa. O projeto
deve começar a operar em 18 meses, após a assinatura do contrato, e vai gerar
uma economia de R$ 81 milhões ao longo dos 20 anos de vigência.
Do Estação Notícias / Jornal do Commercio