A greve dos policiais civis de Pernambuco completa uma
semana nesta segunda-feira (21) e, de acordo com a categoria, conta com a
adesão de 90%. Por causa disso, há impacto nas atividades da Polícia Civil
em todo o Estado. Quem tenta atendimento presencial se depara com as portas de
algumas delegacias fechadas. Em outras unidades policiais, há relatos de demora
na realização dos serviços.
Deflagrada na noite de 14 de fevereiro mesmo com
decisão judicial contrária, a greve tem como objetivo reivindicar aumento
salarial - de acordo com os policiais, não há aumento desde 2019 reajustado
pela inflação - e melhores condições de trabalho. A categoria denuncia que os
equipamentos públicos estão sucateados e que Pernambuco tem "uma das
piores estruturas do País". Os policiais alegam que não há previsão de
retorno às atividades e que estão dispostos a dialogar para uma "saída
justa e honesta".
"O Estado tem oferecido um aumento de 20%, e com o pagamento só para julho. Vale lembrar que o que nos oferecem não cobre nem a inflação dos últimos três anos, o que dirá a inflação que vem agora de 2022, que já tem uma projeção de 6% a 7%. O que nós pedimos é que seja igual ao que foi dado aos professores, 35%. Após sete meses tentando negociar, dialogar e buscar uma saída que a categoria se sinta valorizada, chegamos ao nosso limite", destacou o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Rafael Cavalcanti.
Decisões judiciais
Na última quinta-feira (17), o Blog de Jamildo revelou
que uma decisão judicial determinou o bloqueio de valores da conta do
representante legal do Sinpol, o presidente Rafael Cavalcanti. Antes, a Justiça
já havia determinado multa caso a categoria não voltasse ao trabalho, decisão
descumprida pelos policiais. No dia da decisão, o valor da multa totalizava R$
600 mil. Por causa disso, os policiais decidiram fazer uma
"vaquinha" para arrecadar dinheiro para o presidente.
Resposta do Governo
Questionada sobre como está a participação dos policiais na
greve, a Polícia Civil de Pernambuco informou que "não comenta ações
referentes a movimentos sindicalistas" e que está, junto com a Secretaria
de Defesa Social (SDS), "adotando diversas medidas para garantir a
prestação do serviço de segurança pública à população". Na nota, a PCPE
disse que os órgãos realizam "ações de administração, fiscalização e
gestão de pessoas visando à manutenção das atividades de polícia judiciária, a
exemplo de investigações e atendimento nas delegacias de plantão,
especializadas, seccionais e distritais, além dos departamentos da
corporação".
A polícia afirma que as perícias e os laudos de Polícia Científica estão sendo realizados. Reforça ainda que a população pode registrar boletins de ocorrência tanto presencialmente como por meio da Delegacia pela Internet (https://servicos.sds.pe.gov.br/delegacia/). Para registrar a queixa online, o usuário deve preencher os dados do formulário e aguardar a validação dos policiais civis no e-mail de quem registrou a ocorrência. O prazo para essa análise e validação do registro é de 24 horas. Em caso de dificuldade nesse atendimento, a polícia orienta acionar a Ouvidoria da SDS, pelo telefone 0800.081.5001 (ligação gratuita).
Do Estação Notícias / JC