Já se passaram 20 dias desde o início da vacinação das
crianças contra a covid-19 em Pernambuco, mas a adesão à imunização
desse público, formado pela faixa etária de 5 a 11 anos, está baixíssima. Desde
o dia 14 de janeiro, 99.860 meninos e meninas receberam a primeira dose de
vacina contra a doença no Estado. Isso corresponde a apenas 8,4% da população
estimada desse grupo, formado por 1.182.444 de crianças. O problema não é falta
de vacinas, mas pode ser explicado por falta de estratégias para alcançar as
famílias, pelas polêmicas e fake news que infelizmente se disseminaram ao longo
de toda a pandemia. Até o momento, o Estado já recebeu 557.180 doses de Pfizer
pediátrica e CoronaVac para esse grupo etário, de 5 a 11 anos. E infelizmente
somente 18% dessas doses foram aplicadas.
"Realmente temos um volume de importante de doses distribuídas.
Teoricamente grande parte dessas doses já deveria ter sido administrada",
reconheceu a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de
Melo, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3). Para ela,
o fato de a vacinação para as crianças exigir recomendações, como local
específico para a aplicação, pode retardar a velocidade de se alcançar esse
público.
"Precisamos vacinar as crianças o quanto antes. Devemos
lembrar que o imunizante tem um tempo para produzir anticorpos, e ainda há o
tempo de espera para a segunda dose. A vacina é segura e eficaz. Das doses que
já administramos nesse público pediátrico (99.860 no total), temos praticamente
nenhum evento adverso." Ainda segundo Ana Catarina, é fundamental reforçar
que a CoronaVac é feita por uma tecnologia que se usa atualmente para outras
vacinas do calendário básico. "E nós já administramos um volume gigantesco
de Pfizer, que usa a tecnologia de RNA mensageiro. Se analisarmos os
eventos adversos por fabricante na vacinação a partir dos 12 anos, a Pfizer tem
um número de eventos infinitamente menor do que qualquer outro fabricante que já
administramos no Estado", complementou.
Também durante a coletiva de imprensa, o secretário de Saúde
de Pernambuco, André Longo, informou que a expectativa é de que haja a
aceleração da vacinação das crianças com o retorno às aulas presenciais.
"É preciso aproveitar a volta às escolas, que devem ser um grande ambiente
de estímulo à vacinação, de convencimento dos pais mais reativos às
questões da vacina. As escolas devem trabalhar o ambiente como decisivo
para acelerar o processo de vacinação no Estado. Assim tem sido a história
natural dessas vacinas permeadas por polêmicas, como a do HPV", frisou
Longo.
Do Estação Notícias / JC