O Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco
(Cremepe) emitiu uma nota no último sábado (29) em que defende que todos
os tipos festas sejam proibidos no estado, considerando o crescimento de casos
da variante ômicron da covid-19 e a lotação dos serviços de
saúde.
Segundo o Cremepe, essa é uma medida de o Estado demonstrar
coerência durante o enfrentamento à covid-19 e destaca que não apenas os
festejos de rua devem ser proibidos, assim como as festas privadas.
"A responsabilidade e o sacrifício devem ser de todos,
e não apenas de uma parcela da população. Esperamos que o governo do Estado
mantenha a coerência", disse trecho da nota.
Veja a nota na íntegra:
"Diante do aumento exponencial de casos da variante
Ômicron no Estado, que vem superlotando os serviços de urgência e emergência e,
com o número crescente de médicos e demais profissionais de saúde acometidos
pela doença, o CREMEPE defende que festas, reuniões, cerimônias, formaturas e
todo tipo de aglomeração, sejam proibidas pelo governo do Estado como forma de
demonstrar coerência neste momento do enfrentamento da COVID-19.
Ressalta também a necessidade de compreensão da sociedade
como um todo, de evitar participar de tais eventos, já largamente evidenciados
como responsáveis por um alto risco de se disseminar a doença, mesmo com a
exigência de comprovante de vacinação e testagem prévia dos participantes.
Os testes para COVID-19 que estão sendo utilizados para
permitir esses tipos de aglomerações deveriam ser destinados exclusivamente
para o diagnóstico de pacientes com sintomas ou internados e não em pessoas
assintomáticas para permitir acesso a eventos privados, conforme apontou
recentemente a OPAS.
Com relação à permissão de eventos privados para os festejos
do carnaval, não se pode neste momento, proibir apenas as festividades de rua
para o público em geral e permitir que ocorram festas para aqueles que podem
pagar entrada em eventos deste tipo. A responsabilidade e o sacrifício devem
ser de todos e não apenas para uma parcela da população. Esperamos que o
governo do Estado mantenha a coerência que tem sido demonstrada com a população
pernambucana desde o início da pandemia.
Neste momento em que os profissionais de saúde são mais uma
vez convocados para colaborar com sacrifício para o enfrentamento da pandemia,
com mais um encargo imposto a uma categoria já tão esgotada em sua carga de
trabalho no enfrentamento da COVID-19 nos últimos dois anos, os médicos não
deixarão de cumprir seu compromisso de bem servir às necessidades da população.
Contudo, entende que este sacrifício não pode ser feito de forma isolada. Há
necessidade de que mais medidas sejam tomadas para reduzir a alta
transmissibilidade da variante Ômicron em nosso Estado, diminuindo a
superlotação de pacientes existentes nas emergências, UPAS e policlínica".
Do Estação Notícias